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Ampla aliança e base frágil devem ser desafios para Crivella, que pode migrar para PSB

Yasuyoshi Chiba/AFP
Rio de Janeiro's mayoral candidate for the Brazilian Republican Party (PRB) Marcelo Crivella walks with his wife Sylvia Jane (C) after casting his vote at a polling station during the municipal election runoff in Rio de Janeiro, Brazil, on October 30, 2016. An evangelical mega-church bishop who once branded Catholics demons was expected to become mayor of Rio de Janeiro on Sunday in nationwide municipal elections confirming Brazil's shift to the right. / AFP PHOTO / YASUYOSHI CHIBA
Senador eleito prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), faz carreata na capital carioca

A ampla aliança partidária que o prefeito eleito Marcelo Crivella (PRB) formou em torno de sua candidatura no segundo turno combinada à frágil base própria na Câmara vai ser o principal desafio para a montagem de governo.

A união com o ex-governador Anthony Garotinho (PR) desde o primeiro turno foi ampliada com a chegada de membros de PSD, PSDB e PMDB.

Diferente de Eduardo Paes (PMDB), que também contava com uma ampla aliança, Crivella terá de ceder mais em razão da frágil bancada que sua coligação elegeu –apenas quatro vereadores, sendo três do seu partido.

A mudança de estilo na campanha também impacta na montagem do secretariado. Auxiliares próximos descrevem Crivella como homem de decisões pouco previsíveis.

O deputado Índio da Costa (PSD) e Marcello Faulhaber, ex-subsecretário de Paes, foram dois que ganharam sua confiança na reta final.

Candidato derrotado no primeiro turno, Índio é cotado para cargo-chave no município, possivelmente a Casa Civil. O deputado tornou-se conselheiro próximo do senador e aposta ganhar espaço para candidatar-se ao governo ou ao Senado em 2018.

Mapa da apuração no Rio de Janeiro

Faulhaber foi o responsável por radicalizar os ataques a Marcelo Freixo, apostando em temas comportamentais como aborto e drogas. Ele esteve na prefeitura na gestão Paes como subsecretário da Casa Civil, e ajudou a elaborar as bases para a revitalização da zona portuária.

A ascensão do ex-subsecretário fez com que políticos de esquerda que acompanhavam Crivella perdessem espaço. O grupo, porém, ainda deve influenciar na montagem de governo. Um deles é Luiz Alfredo Salomão, ex-secretário do governo Leonel Brizola, que ajudou a elaborar o plano de governo do PRB. Ao lado de Carlos Lessa e Luiz Carlos Barreto, formou o grupo que criticou as inserções orientadas por Faulhaber comparando Freixo ao "sanguinário Fidel Castro".

Outro intelectual de esquerda próximo a Crivella é o cientista político César Benjamin. Ele já esteve cotado para a Educação, mas a escolha pode ser afetada por um texto em que elogia Freixo.

A deputada Clarissa Garotinho (PR), que indicou o vice da chapa, Fernando MacDowell, também pode ganhar espaço no futuro governo.

Embora tenha atacado a cúpula do PMDB ao longo de toda campanha, Crivella recebeu o apoio da maioria dos vereadores do partido. O grupo deve ser contemplado com pasta de menor expressão.

Outro com espaço garantido é o senador Romário (PSB), que contrariou o partido desde o primeiro turno postando-se ao lado do nome do PRB. Ele deve indicar o secretário de Esportes, assim como fez na gestão Paes.

Crivella deve tentar manter sua imagem distante da Universal. Seu provável próximo passo pode ser migrar para o PSB. A mudança quase ocorreu no início do ano, mas o PRB exigiu sua permanência a fim de ampliar a visibilidade da sigla.

Ainda assim, o prefeito eleito carregará consigo membros ligados à igreja. Um deles é Isaias Zavarise, ex-diretor de marketing da TV Record.

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