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Reeleito no Recife, Geraldo Julio (PSB) diz que êxito não foi só conservador

Marlon Costa - 30.out.2016/Futura Press/Folhapress
Reeleito em Recife (PE), Geraldo Julio (PSB), comemora o resultado da eleição
Reeleito no Recife (PE), Geraldo Julio (PSB) comemora o resultado da eleição

Responsável por encerrar a última esperança que o PT tinha de comandar uma capital do Nordeste ao ser reeleito com 528 mil votos (61,3% dos votos válidos), o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), vai defender internamente que seu partido lance candidato próprio à Presidência em 2018.

O prefeito diz rejeitar ser vice em uma eventual candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e garante que ficará no cargo até o final de 2020. Em entrevista à Folha, Julio disse não ter "nenhuma relação" com o presidente Michel Temer e afirmou que as eleições deste ano não foram "só dos conservadores".

*

Folha - Qual sua opinião sobre candidatura própria a presidente em 2018?

Geraldo Julio - A gente deve repetir o que fez em 2014 e apresentar um projeto para o país, apresentar uma candidatura à Presidência.

O sr. consegue ver algum nome hoje?

Antes de discutir o nome, precisamos discutir a possibilidade, unificar a posição no partido. Vou levar [às instâncias partidárias] a ideia de que a gente deve ter candidatura [em 2018].

O sr. cumpre seu mandato até o final de 2020?

Sem dúvida.

Mas já há rumores de que, em busca de espaço no Nordeste, o governador Geraldo Alckmin poderia recorrer a um nome local para a vice dele na disputa presidencial e poderia ser o sr.

Não. Não existe essa conversa. Vou manter meu compromisso de governar a cidade por quatro anos.

Qual a sua relação atual com o presidente Michel Temer? Quais as demandas que o sr. pretende encaminhar a ele?

Não tenho nenhuma relação com o presidente Michel Temer e levo para ele todas as demandas que a cidade tiver, através dos ministérios, das reuniões que nossos secretários têm.

Mas quais as prioridades?

Tocar os contratos que existem. Contratos de calçadas, necessidade de credenciamento do Hospital da Mulher, vamos apresentar o Hospital do Idoso, temos algumas ações na área de mobilidade... A parceria administrativa é independente da relação política que a gente tem com o governo federal.

Neste contexto de crise, como o sr. pretende suprir a necessidade de caixa da prefeitura?

Nestes últimos três anos, o Brasil já estava em crise. Criei a Controladoria-Geral do município, um portal da transparência que ajuda no controle social da despesa. Estamos controlando despesa o tempo inteiro, tentando reduzir o que pode ser reduzido. Por outro lado, [estamos] criando receitas extraordinárias, capturando mais dívida ativa, criando formas de financiamento, mecanismos internacionais, buscando convênios. Queremos repetir isso nos próximos anos com a expectativa, claro, de que o Brasil possa ter a retomada do crescimento. O governo federal tem a obrigação de fazer o país voltar a crescer, precisa cumprir com essa obrigação.

Haverá aumento de imposto?

Não. A gente não está com essa orientação.

Como o sr. avalia essa guinada conservadora no país, a ascensão de não políticos e a sua eleição neste contexto?

Nossa eleição é a de um conjunto político que tem compromisso com as camadas mais necessitadas da população. Sou de um partido liderado por Miguel Arraes, por Eduardo Campos, que sempre tiveram a história de estar comprometidos com os mais necessitados. Nossa frente política tem exatamente isso. A eleição não foi só de conservadores. Tem também muita gente progressista que ganhou.

Como o sr. avalia a situação do PT não só no Estado, mas no Nordeste?

Os dados numéricos fazem essa avaliação. O PT perdeu mais de 60% das prefeituras [no país].

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