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Prefeitura de Franca (SP) vai controlar lanche nas escolas
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LIGIA SOTRATTI
ENVIADA ESPECIAL A FRANCA
A Prefeitura de Franca (a 400 km de SP) adotou uma série de medidas para tentar diminuir a obesidade das crianças da rede municipal de ensino. A estratégia se baseia no resultado de uma pesquisa feita no ano passado que identificou que 15% dos alunos estavam acima do peso.
Na tentativa de influenciar os hábitos alimentares dos estudantes, a proposta é readequar os cardápios das cantinas das escolas, para que os estabelecimentos vendam produtos mais saudáveis.
Os alunos também estão sendo orientados sobre a quantidade de alimento ingerido durante as refeições nas unidades de ensino. Por último, os pais recebem incentivo para preparar lancheiras mais saudáveis.
A pesquisa, feita pelas secretarias da Saúde e da Educação, envolveu 6.706 alunos da rede municipal com idades entre sete e dez anos.
O primeiro alvo são as cantinas. Segundo a secretária da Educação, Leila Haddad Caleiro, a rede tem 74 escolas. Do total, 26 unidades, todas de ensino fundamental, têm "minicantinas".
"Elas vendem, basicamente, produtos industrializados, como pirulitos, balas e salgadinhos. Não são terceirizadas. São administradas por alguém ligado à escola e a maioria não tem uma estrutura própria", disse.
A ideia é incluir no cardápio das cantinas opções saudáveis e, sobretudo, fazer ações educativas com pais e alunos já que o problema da obesidade infantil existe mesmo em escolas onde não há cantinas, como é o caso da Emeb (Escola Municipal de Educação Básica) Professora Maria Brizabela Bruxellas Zinader, no Jardim Maria Luiza, que só tem merenda.
Na unidade, não é a merendeira quem serve o aluno. Ele mesmo escolhe os alimentos e a quantidade, mas tem orientação para isso.
A diretora da escola, Rosemary Pelizzaro da Silveira, disse que um dos problemas, porém, é que muitos pais insistem em colocar na lancheira dos filhos alimentos que não são os mais adequados, como doces, salgadinhos e bolachas recheadas.
"As crianças têm boa aceitação da merenda escolar. Mas é preciso investir na conscientização em casa. Como a criança gosta de doces, os pais acabam cedendo e mandando essas opções nas lancheiras", disse.
SEM BOLACHA
A dona de casa Lauana Borges Alves Malta, 29, é uma das mães que envia lanche para o filho Flavio, 4, mas disse que sempre procura balancear os alimentos.
"Evito bolacha recheada, coloco fruta, pão. É difícil porque ele não gosta de verdura ou sopa e só comia na escola quando tinha macarrão", afirmou.
Já a auxiliar de limpeza Sirley Fernandes, 43, disse que a filha, Tais, 5, não se queixa da comida da escola.
"Ela não liga muito para doces, mas gosta muito de salgadinho e pede mamadeira toda hora. Fico explicando que ainda não é hora. Ela é muito ansiosa e, quando senta para ver desenho, já pede leite", disse.
O monitoramento nutricional dos alunos, que inclui desde a elaboração de um cardápio a ações de educação alimentar, atende a uma resolução do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) de agosto de 2009.
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