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08/08/2010 - 08h24

Após vazamento de dados do Enem, MEC tem desafio de superar suspeitas

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ANTÔNIO GOIS
DO RIO

Para entender os problemas no Enem --o vazamento de dados de estudantes na internet na semana passada foi o mais recente-- vale atentar para o desvio na rota original do Inep, autarquia do Ministério da Educação responsável pela prova.

Professor sugere que alunos façam B.O. após vazamento
Vazamento não compromete a lisura do Enem
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Sindicato defende indenização de candidatos
Inep apura causas de vazamento de dados do Enem

O instituto foi criado em 1937 para subsidiar políticas educacionais via pesquisas e estudos. Agora organiza o maior vestibular do país, status que passou a ter o Enem.

Quem defende a mudança argumenta que ela é necessária porque o MEC deu finalidade ao exame que, até pouco tempo, era aceito por poucas faculdades de ponta.

Quando surgiu, em 1998, o Enem tinha como objetivos servir como parâmetro para o currículo do ensino médio e fornecer uma avaliação de aprendizado ao estudante. Aos poucos, instituições foram aceitando o exame como substituição ou complemento a processos seletivos.

Com a implementação do ProUni (bolsas para alunos carentes em universidades privadas), em 2005, o Enem ganhou fôlego, já que os candidatos precisavam da prova para concorrer ao benefício.

No ano passado, o MEC decidiu que era o momento de fazer nova investida, ampliando o exame ao vinculá-lo ao processo seletivo de mais instituições públicas e deixando-o mais parecido a um vestibular tradicional.

O teste que almejava influenciar o currículo do ensino médio virou um vestibular centralizado: a logística de elaboração e aplicação e a entrega de seus resultados têm consequências no futuro de 2,5 milhões de estudantes.

O custo não é só financeiro. Ao assumir a tarefa, o MEC corre o risco de ser engolido pelo processo. Quando o exame toma outras proporções, falhas ganham relevância e colocam em dúvida sua capacidade de organizá-lo.

Os problemas recentes, mesmo graves, teriam menor repercussão se, em 2009, a prova não tivesse sido furtada antes de sua aplicação.

É normal que seja assim. Após um trágico acidente de avião, qualquer pouso forçado de monomotor ganha destaque: é o clima de insegurança gerado pela tragédia maior. O Inep e o MEC precisarão lidar no curto prazo com este desafio: vencer as suspeitas sobre sua capacidade e levar adiante uma proposta bem intencionada, pensada para facilitar a vida de milhões de alunos do país.

 

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