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21/11/2010 - 20h41

Para professores, prova da Unicamp foi bem elaborada com nível fácil

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MARIANA DESIDÉRIO
JAMILLE MENEZES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Professores dos cursinhos Anglo, Etapa e Objetivo consultados pela Folha consideraram que a primeira fase do vestibular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), realizada neste domingo, em 24 cidades do país, foi bem elaborada e teve um nível fácil. A prova de redação, apesar de bem elaborada, foi criticada em função do tempo.

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A prova de conhecimentos gerais era composta de 48 questões de múltipla escolha, com algumas proposições interdisciplinares. Em seguida o aluno tinha uma prova de redação com três temas. Cada redação deveria ter até 24 linhas.

O formato novo do exame adotado este ano pela Unicamp, foi elogiado pelos professores. Segundo o coordenador geral do Anglo, o professor Nicolau Marmo, a Unicamp inovou mais uma vez. "A prova foi bem elaborada, com enunciados curtos. Todas as questões estavam contextualizadas, procurando trazer o mundo do aluno para dentro da prova".

Para o coordenador geral do Etapa, Edmilson Motta, a prova de conhecimentos gerais foi simples e não exigiu muito dos candidatos em termos de conhecimento. Segundo ele, as questões que envolviam cálculo tiveram a fórmula fornecida pela Unicamp, o que fez o nível da prova ter complexidade de média para baixa.

Para Motta, houve um certo desequilíbrio na montagem da prova, em relação ao número de questões por matéria. A prova de química, por exemplo, só teve cinco questões. "As matérias que ficaram com mais questões puderam ser mais abrangentes, mas química ficou muito superficial e de complexidade baixa".

Uma novidade na prova foi a inserção de uma pergunta de sociologia, reflexo do ingresso das matéria sociologia e filosofia no ensino médio.

Para Motta, o nível mais fácil da prova favoreceu que o aluno ganhasse tempo na realização da redação, que era composta por três temas. "Apesar de este ano eles não quererem redações longas, é difícil fazer uma prova bem feita sem ser longa.

A prova de redação trazia três tipos de texto que o aluno deveria desenvolver. O primeiro seria um comentário para a sessão fale conosco, do site da MTV, onde o aluno precisava avaliar dados de uma pesquisa e fazer o seu comentário. O segundo era um discurso de abertura de um evento, onde o aluno teria de apresentar o palestrante e o terceiro tema era um artigo opinativo que o aluno deveria escrever, como se ele fosse articulista de um jornal.

Para a professora de redação do Etapa, Célia Passoni os três temas são muito bem articulados, mas a questão do tempo foi criticada. "Não sei se o aluno teria tempo de fazer os três textos. Foram três temas muito bem selecionados, mas pode-se questionar se deu tempo de fazer três redações bem feitas".

Para o professor de redação do Anglo, Mauricio Soares Filho, os temas foram bem dentro do prometido, com gêneros diferentes. "A questão é como vai ser a avaliação da Unicamp, porque um dos gêneros seria passível de uma linguagem mais informal, por ser para internet. Além disso, o gráfico fornecido como base é bem difícil de interpretar, com muitas informações, o que exigia uma questão redobrada". Para ele, o tempo que o aluno tinha era muito pequeno para três redações com estilos tão diferentes.

Os professores de cursinho Objetivo comentam a prova por disciplina. Confira:

PORTUGUÊS

A prova de português foi considerada difícil pelo professor do cursinho Objetivo, Nelson Dutra. O candidato deveria fazer três redações diferentes, o que deixou a prova cansativa. "Talvez a Unicamp pudesse repensar a quantidade de textos", diz. As redações exigiam capacidade de leitura, crítica e escrita dos candidatos, de acordo com Dutra. Apesar da dificuldade, o professor avalia que o exame foi bom. "Foi uma prova de alto nível, extremamente seletiva", afirma.

MATEMÁTICA

A parte de matemática do exame foi considerada de nível médio. A prova deu mais atenção para álgebra --tema que ocupou sete, das 10 questões. Para o professor Gregório Krikorian, do Objetivo, faltou falar de geometria e trigonometria. Krikorian elogia a elaboração das perguntas: "Todas as questões bem enunciadas, adequadas para um vestibular", diz. Sobre a mudança no vestibular da Unicamp --que passou a ter questões de múltipla escolha--, o professor diz que foi positiva. "Acho que os alunos devem ter gostado", afirma.

FÍSICA

A prova de física também foi considerada de nível médio pelo professor Ricardo Helou Doca, do Objetivo. "Diria que foi uma prova bastante específica para uma primeira fase", diz. Doca ressalta que a parte de mecânica foi pouco abordada, dando prioridade para assuntos como termologia e ondas. Para ele, os cálculos exigidos eram simples e os enunciados estavam bem elaborados.

BIOLOGIA

A prova de Biologia estava tradicional: exigia mais conteúdo e menos interpretação, de acordo com o professor Constantino Carnelos, do Objetivo. Os temas da biologia estavam bem distribuídos nas perguntas, com exceção de botânica, que não apareceu. "A prova estava de fácil a média. Vai dar pra selecionar os melhores candidatos", diz.

GEOGRAFIA

A prova de geografia foi a que recebeu mais críticas. Para a professora Vera Lúcia da Costa Antunes, do Objetivo, ela exigia extrema atenção do candidato --uma única palavra descartava a alternativa, o que os grandes vestibulares não fazem, de acordo com Antunes. "Esperava mais da Unicamp. As duas questões sobre soja, por exemplo, são textos prontos. Eles simplesmente alteraram partes do texto. Não são questões bem feitas", diz a professora.

HISTÓRIA

A prova de história foi equilibrada e de dificuldade média, para o professor Christian Focking, do Objetivo. Algumas questões exigiam cuidado do aluno e era preciso ler e reler a pergunta, mas, para Focking, isso não foi um problema. "A prova exigia conhecimento variado e valorizou mais a interpretação", diz. O professor destaca ainda a análise de imagem, textos ou poemas exigida em algumas questões.

QUÍMICA

A prova de química não foi nada abrangente, na opinião do professor Sérgio Teixeira Bignardi. O foco das perguntas foi a questão ambiental, procurando relacionar as perguntas a temas atuais, como derramamento de petróleo, efeito estufa e erupção de vulcões. "Eram questões simples, mexendo com ecologia", diz Bignardi. Para ele, a prova deve ajudar a classificar os alunos para a segunda fase, quando o nível de dificuldade deve aumentar.

 

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