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16/02/2011 - 09h19

"As formigas picaram as minhas costas", diz vítima de trote

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ANDRESSA TAFFAREL
DE SÃO PAULO

Rodrigo dos Santos tinha 18 anos quando passou em agronomia na UFU (Federal de Uberlândia, Minas Gerais), em 2005. No seu primeiro dia de aula, esperava se integrar e fazer novos amigos. Em vez disso, durante o trote, foi obrigado a se deitar sobre um formigueiro.

Ele levou cerca de cem picadas nas costas e, segundo os médicos, se fosse alérgico, não sobreviveria. "Se pudesse voltar atrás, não teria participado do trote", conta hoje.

A seguir, trechos do depoimento de Rodrigo ao Fovest:

*

Era meu primeiro dia de aula, estava ansioso para conhecer as pessoas. Fui então participar do trote. Levaram a gente para pegar dinheiro numa sinaleira da cidade.

No cruzamento de duas ruas, dois veteranos do sexto período me fizeram deitar sobre um formigueiro. Um deles passou o pé em cima, não vi nenhuma formiga, achei que não tinha nada.

Eu estava todo sujo de tinta. Quando deitei, as formigas apareceram e grudaram naquela tinta, me picaram nas costas inteiras. O pessoal do segundo semestre me levou a um lava a jato para eu me limpar. De lá, fui para casa, não estava bem.

Tomei banho, descansei, mas quando acordei minhas costas estavam muito inchadas. Tive de ir ao hospital. O médico disse que tinha umas cem picadas, que só sobrevivi porque não era alérgico.

QUEIXA

Minha mãe foi à polícia fazer um boletim de ocorrência. Foi aí que a imprensa toda soube. A universidade abriu uma sindicância, mas decidi retirar a queixa na polícia depois que os dois meninos vieram me pedir desculpas. Eles acabaram expulsos da UFU depois.

Por um tempo, minha mãe quis processá-los, mas acho que receberam da universidade um castigo justo.

APOIO

Meus colegas sempre me apoiaram, nunca pensei em desistir do curso. Também nunca dei trote em nenhum dos meus calouros. Se pudesse voltar atrás, não teria participado. Minhas costas têm as marquinhas até hoje, me fazem lembrar de que não valeu a pena a brincadeira.

 

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