Pais do estilista Dudu Bertholini se emocionam com desfile na PUC

Na plateia do desfile da Neon, que abriu o último dia da 32° edição da São Paulo Fashion Week, um casal discreto aguardava ansioso na primeira fila. Artêmio e Regina Bertholini, pais do estilista Dudu Bertholini.

Enquanto os convidados tomavam seus lugares, eles eram calorosamente abraçados pela turma irreverente e colorida dos amigos do filho. Entre um e outro cumprimento, falaram à sãopaulo sobre a vida e a carreira do filho.

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Franco Amendola/Divulgação

Artêmio e Regina Bertholini estiveram na primeira fila do desfile da Neon na SPFW

sãopaulo - Vocês vêm a todos os desfiles da Neon?
Mãe - Desde o primeiro, em 2003, na sala do apartamento do Dudu, só perdi dois. Eu e a mãe da Rita [Comparato, também estilista da Neon] fizemos os macarons para servir naquele primeiro dia.

O Dudu compartilha os preparativos do desfile ou prefere fazer surpresa?
Mãe - Ele conta quase tudo para a família. O Tucarena foi uma dica do irmão dele, que faz teatro. Porém, desta vez, ele pediu para não contar ao pai que a trilha seria Maria Callas por que ele adora música clássica, queria que fosse surpresa, mas não aguentei.

Vocês conhecem toda a turma do Dudu, os abravanados?
Mãe - Claro! Alguns deles estão morando fora do Brasil, mas o Facebook facilitou as coisas. Adoro espiar os vídeos que eles colocam na internet, acompanho tudo o que fazem, eles são bastante criativos. Além disso, é uma turma unida, um apoia o trabalho do outro, existe uma troca criativa rara.

Pai - Tenho algo a dizer sobre esse desfile. Posso?
sãopaulo - Claro.

Pai - Estou particularmente emocionado hoje porque estudei aqui na PUC, dei aula nesta mesma instituição, fiz mestrado aqui, mas nunca, em todos esses anos, havia entrado no Tucarena. E hoje estou aqui para ver um trabalho do meu filho. Fico orgulhoso.

Ormuzd Alves/Folhapress

Desfile da grife Neon, dos estilistas Dudu Bertholini e Rita Comparato, no teatro na zona oeste de São Paulo

O senhor dava muita bronca no Dudu quando ele aparecia com as roupas extravagantes lá em Limeira?
Pai - Às vezes, dava sim [risos]. Não gostava quando ele dizia que ia fazer tatuagem, por exemplo. Mas ele me convenceu a aceitar tudo isso porque tem uma personalidade forte e nunca teve medo de demonstrar suas convicções. É corajoso e um homem de boa índole, isso é o mais importante. Quando ficou mais velho, ele sentou comigo e explicou que moda é muito mais do que a roupa que você veste, que ela retrata o espírito de uma época. Depois desse dia, passei a ver todo esse universo de outra forma. Ele me deu uma aula.

Ele sempre foi muito criativo?
Pai -Desde pequeno. Ele desenhava, adorava encenar. Chegou a fazer teatro amador, em um grupo chamado Ágora. Ele era ótimo, até ganhou prêmio de melhor ator na época da oitava série. Ele dizia que queria ir para Hollywood, depois decidiu ser embaixador, mas, quando viu o tanto que teria que estudar, a veia artística falou mais alto.

Ele gosta de interferir no guarda-roupas de vocês?
Mãe - Uma vez ele disse que ia na minha casa montar uns looks, juntar as peças com os acessórios e fotografar com Polaroid e deixar tudo pronto para eu usar. Mas eu disse que não precisava, tenho uma preguiça mortal [risos].