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14/06/2012 - 09h00

Diretor do chileno "Machuca" fala sobre novo filme

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ANA ELISA FARIA
DE SÃO PAULO

Vencedor do grande prêmio do júri no Festival de Sundance deste ano, o longa-metragem "Violeta Foi para o Céu" chegou aos cinemas de São Paulo na última sexta-feira (8). Dirigido por Andrés Wood, do delicado "Machuca" (2004), o filme é uma cinebiografia da artista multifacetada chilena Violeta Parra (1917-1967).

Divulgação
Diretor chileno Andrés Wood, do filme "Violeta Foi para o Céu", que estreou na última sexta (8)
Diretor chileno Andrés Wood, do longa-metragem "Violeta Foi para o Céu", que estreou na última sexta (8) em São Paulo

A obra, coproduzida por Argentina, Brasil e Chile, narra, de maneira fragmentada, onde passado e presente se encontram, a história de Violeta (vivida pela atriz Francisca Gavilán), conhecida principalmente por suas canções, como "Gracias a la Vida", "La Carta" e "Volver a los 17".

Além da célebre carreira musical, ela ainda ficou famosa com suas pinturas --que a levaram ao Louvre, na França, em 1964-- e pela luta em favor dos povos oprimidos da América Latina.

Em entrevista à sãopaulo, Wood conta que sua paixão pela trajetória de Violeta Parra não aconteceu logo de cara. "Foi um amor aos poucos, não à primeira vista", afirma. Tanto que o cineasta precisou de dez anos para levar essa admiração às telas. "Investiguei tudo sobre ela e me deparei com uma obra profunda que merecia estar em um filme para mostrar aos chilenos que Violeta era muito mais do que uma cantora", diz.

Informe-se sobre o filme

ABAIXO, LEIA A ÍNTEGRA DO BATE-PAPO COM O DIRETOR ANDRÉS WOOD:

*

sãopaulo - Como você conheceu a obra de Violeta Parra?
Andrés Wood - Acho que no Chile todos têm contato com ela desde sempre, mesmo que inconscientemente. Cresci numa época [década de 1970] em que o mundo oficial tentava escondê-la, mas Violeta sempre esteve muito arraigada ao meu país, particularmente por sua grande obra musical. No entanto, passei a escutá-la mais seriamente na juventude. Eu ouvia sons muito distintos. Misturava rock latino com música cubana, como Sivio Rodríguez, rock sinfônico inglês e Violeta. Foi um amor aos poucos, não à primeira vista. Certas canções me pegaram e passei a ter um sentimento muito profundo de admiração por ela.

De onde surgiu a ideia de transformar a história dela em filme?
Também foi aos poucos, pensei nele por dez anos. Investiguei tudo sobre ela. Me deparei com uma obra profunda, de uma personalidade tão peculiar e contraditória que merecia estar em um filme para mostrar aos chilenos que Violeta era muito mais do que uma cantora.

Por que a decisão de fazer um filme em fragmentos?
Pensamos [ele e sua equipe] em como abordar esse material imenso em cerca de duas horas. Então, decidimos não contar tudo. E a maneira de fazer isso era cortando a história e buscando um ponto de vista mais íntimo. Isso nos permitiu conhecer um pouco mais a personagem. Essa estrutura, de alguma forma, exige que o espectador imagine sua Violeta, conhecendo-a ou não.

Você teve alguma ajuda do Ángel Parra [filho de Violeta que escreveu a biografia homônima em que o filme se baseia] para esse longa?
Sim, tive muita ajuda. Nós começamos escrevendo o roteiro e, depois, apareceu o livro dele. A partir daí, encontramos a forma precisa de abordar o filme. O Ángel também ajudou bastante no preparo da Francisca [Gavilán]. Ele é quase um coautor do filme.

Como foi a escolha da Francisca para protagonista?
Outro desafio importante era imaginar que uma atriz pudesse interpretar a Violeta. Porque todo mundo, no Chile pelo menos, a tem em algum lugar da cabeça. Isso foi uma tarefa muito difícil para mim. Então, fizemos testes com atrizes selecionadas. Escolhemos a Francisca, que depois se preparou por dez meses para o papel.

De que forma você enxerga a produção cinematográfica chilena atual?
Vejo uma produção vigorosa. Estão nascendo filmes de qualidade de uma geração boa que está fazendo um cinema muito interessante, de força, e que tem tido ótima repercussão em festivais. Estamos encontrando nosso público. Acho que principalmente por uma dificuldade de mercado, monopolizado pelos grandes filmes norte-americanos e por uma falta de costume de nos escutarmos e vermos. Independente de tudo isso, "Violeta" foi muito bem recebido no Chile.

 

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