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18/06/2012 - 08h00

Ativistas apostam em programação paralela à oficial na Rio+20

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PATRÍCIA BRITTO
DE SÃO PAULO

Por causa da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, grupos de São Paulo se preparam, cada um à sua maneira, para acrescentar propostas aos debates do evento, que acontece até sexta-feira (22), no Rio de Janeiro.

Para não ficar só no discurso, o consultor de sustentabilidade João Paulo Amaral, 25, saiu daqui, na segunda-feira (11), com outros cinco ciclistas pedalando em direção ao Rio, onde preveem chegar nesta segunda (18). "Enquanto as pessoas querem discutir a economia verde, a gente quer ir lá e fazer. O formato atual tende a ser de não levar protestos, mas proposições."

O grupo dele integra o movimento Bicicletada Nacional Rumo à Rio+20, dividido nos "bondes" Centro-Oeste, Sul e Nordeste. "É um protesto propositivo", diz Amaral, ao defender a bicicleta como transporte não poluente.

No caminho, eles interagem com moradores das cidades por onde passam e divulgam as propostas que estão levando para o evento. "Queremos mostrar o que está acontecendo com o ambiente, quais os problemas, as iniciativas para resolvê-los e o que falta fazer", conta o estudante Vinícius Leyser, 26, de Florianópolis, também no grupo dos ciclistas.

Lucas Lima/Folhapress
Ciclistas do "bonde" Sul da Bicicletada Nacional Rumo à Rio+20, que saíram de São Paulo pedalando para o Rio
Ciclistas do "bonde" Sul da Bicicletada Nacional Rumo à Rio+20, que saíram de São Paulo pedalando para o Rio

O clima predominante em relação aos resultados da Rio+20, porém, não é otimista. A ausência do presidente americano, Barack Obama, do primeiro-ministro britânico, David Cameron, e da chanceler alemã, Angela Merkel, aumentou o ceticismo e fez muitos ativistas concentrarem os esforços na Cúpula dos Povos, evento paralelo que vai até sábado (23).

Diferentemente da programação oficial, a cúpula será aberta à população e reunirá representantes da sociedade civil, como ONGs e movimentos sociais, para discutir desenvolvimento sustentável e economia verde.

Em preparação para o encontro, o Fórum Social de São Paulo e o Comitê Paulista para a Rio+20 --braço da cúpula no Estado-- ocuparam o vale do Anhangabaú no domingo passado.

O grupo de cerca de 50 pessoas usou cartazes, montou painéis, contou histórias e fez releituras de obras de arte para divulgar aos passantes os temas a serem levados à Rio+20.

"O brasileiro reclama muito, mas põe pouco a mão na massa. Tentamos mostrar que podemos mudar isso ao fazer reciclagem ou votar melhor, por exemplo", diz Andrêssa Batelochio, integrante do Comitê Paulista.

Além de ciclistas e ONGs, empresários também aderiram ao debate sobre os temas da agenda da Rio+20 durante uma conferência realizada de 11 a 13 de junho em São Paulo pelo Instituto Ethos, entidade que incentiva empresas a atuar de forma sustentável.

No encontro, foram debatidos dez temas que serão tratados durante os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável, outro evento paralelo à Rio+20 que levantará recomendações para serem analisadas por chefes de Estado durante o encontro.

Uma das propostas apresentadas na conferência pelo economista e professor da USP Ricardo Abramovay é que, na Rio+20, os representantes dos países estabeleçam metas quantificáveis de utilização dos recursos naturais, as quais devem ser cumpridas.

Além disso, Abramovay quer apresentar a ideia de que o PIB (Produto Interno Bruto) é um índice equivocado para medir a riqueza dos países. "Não traduz a real prosperidade de uma sociedade", diz o professor.

Enquanto chefes de Estado se perguntam quem vai pagar a conta da transição para a economia verde, ativistas acreditam que não adianta ficar parado esperando. O ciclista mineiro César Grazzia, 45, questiona: "Eu faço a minha parte. O que você está fazendo?".

 

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