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Artista de rua parodia propaganda política em projeto de arte
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RODOLFO LUCENA
DE SÃO PAULO
"MAICKNUCLEAR PREFEITO". Simples assim, em caixa alta, sem listar projetos nem palavras de ordem, apenas com uma foto em alto contraste, o cartaz barato parece onipresente nas ruas de São Paulo. Na avenida Paulista, pela Vila Madalena, na zona sul, no centrão...
À margem desta que poderia ser uma campanha política, outros itens impressos parodiam classificados místicos. Pequenos folhetos colados em postes, tapumes e paredes divulgam: "Pai MaicknucleaR Lê poesia, amarra prosa, devolve seu texto em sete dias".
Por trás da identidade do tal MaicknucleaR, está um rapaz que completa 31 anos neste mês, atende por Maick Thiago Lenin. É morador do Parque Edu Chaves, zona norte, paulistano da gema, "filho da terra da garoa", como ele diz.
Artista de rua, escritor, poeta, cantor, videomaker e compositor, vem se dedicando a emplastar a cidade com seus cartazes e folhetos. O do "Pai MaicknucleaR" foi colado pela primeira vez na porta de um teatro da praça Roosevelt.
Christian von Ameln/Folhapress | ||
Maick Thiago Lenin, 31, cola cartazes de propaganda política fictícia: candidatura a prefeito de São Paulo "de brincadeira" |
O objetivo era divulgar o vídeo "Terrorismo Poético", criado por ele próprio. "É um filme sobre intervenções urbanas, uma ruptura dessa normatividade social do dia a dia, por meio de atos cênicos que beiram o engraçado, mas que não são, porque têm um lado filosófico, político, questionativo", define o autor, em um final de tarde, tomando cafezinho em um bar no largo do Paissandu, no centro.
ANDANÇAS
O vídeo tinha estacionado na marca dos 7.000 visitantes, e o artista queria mais. A propaganda funcionou, acredita ele. "Tomou uma dimensão maior do que a dos outros cartazes que eu tinha feito, talvez por ser engraçado e mexer com essa coisa antiga de 'pai isso, pai aquilo'. Eles sempre estão amarrando alguma coisa e trazendo algo de volta em sete dias."
E foi assim que, em meados deste ano, MaicknucleaR resolveu usar a arma dos cartazes como propaganda política. "Eu estava cansado dessa coisa de Lei Cidade Limpa, que é uma espécie de espiral do silêncio, joga o foco para coisas menores -grafite, cartazes, artistas de rua- e desvia dos reais problemas da cidade. Fiquei revoltado, não por mim, mas por muitos amigos, artistas de rua que ganhavam dinheiro com isso. Decidi me candidatar a prefeito. Mas de brincadeira."
O artista queria "entupir a cidade" de cartazes, mas esbarrou em dificuldades financeiras, apesar do baixo custo do material usado. Ele imprime em uma gráfica na zona norte que considera "a mais barata" da cidade (R$ 0,06 a cópia). Diz também que fazer a campanha sozinho exige "muita andança, muita cola", além de tempo, que lhe é escasso: durante a semana, conserta sistemas profissionais de som em uma oficina no centro.
Seus cartazes não têm palavras de ordem, mas ele tratou de colocar sua plataforma em uma performance na avenida Paulista (registrada em vídeo divulgado no YouTube). De paletó, empunhou um megafone para pedir: "Vote em mim porque eu não tenho o rabo preso com ninguém, ninguém me patrocina, não tenho nenhuma corporação do mal nem grupo oculto atrás de mim".
"Fiz essa brincadeira, e as pessoas acreditaram", diz. "Acho que, se eu me candidatasse, iria dar trabalho", especula.
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