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27/09/2012 - 20h42

Faculdade de Direito da USP aprova 'Comissão da Verdade' na instituição

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GUILHERME GENESTRETI
DE SÂO PAULO

O Largo São Francisco quer revirar os seus porões. Professores, alunos e funcionários da tradicional Faculdade de Direito da USP, no centro de São Paulo, aprovaram na tarde desta quinta-feira (27) a instauração de uma 'Comissão da Verdade' na instituição.

Christian Tragni - 24.mai.2012/Folhapress
Ato realizado contra a ditadura militar em maio no pátio da Faculdade de Direito da USP
Ato realizado por juristas contra a ditadura militar, em maio, no pátio da Faculdade de Direito da USP (centro de São Paulo)

A ideia é investigar o "apoio civil e institucional" que a escola prestou à ditadura militar (1964-1985). Há registros de professores que foram afastados e de estudantes que foram presos na época. Segundo os atuais universitários, a diretoria da faculdade à época teria colaborado com o regime repassando prontuários de alguns alunos ao Deops, um dos órgãos da repressão.

Para o atual diretor da instituição, Antônio Magalhães Gomes Filho, o intuito não é apenas o de restaurar a história da instituição, mas também pedagógico. "É para que o agente público de hoje saiba que suas ações poderão ser verificadas até muito tempo depois", disse à Folha.

Segundo Gomes Filho, a comissão deverá estar formada até 19 de novembro. Até lá serão escolhidos os seus nove integrantes, entre alunos, funcionários e professores. O grupo é que determinará quais fatos serão apurados e quais deles poderão ser levados ao conhecimento da comissão federal.

"A faculdade ainda vive um ranço daquela época porque muitos dos atuais professores foram formados pelos professores da época", diz o terceiranista Lucas Bulgarelli, 21, que foi um dos alunos que organizaram a moção de apoio.

Em ato oficial que os estudantes organizaram há duas semanas para lançar o apoio à comissão, chamaram o ex-aluno Rubens Gatto, que foi preso e torturado na década de 1970 e que não pôde se formar. "Parecia que atrás de cada coluna tinha um espião, um agente do governo que nos olhava e acusava de comunista", disse na ocasião.

A reportagem tentou entrar em contato com a reitoria da USP na noite de hoje, mas não obteve resposta. Em setembro do ano passado, o atual reitor da universidade, João Grandino Rodas, foi declarado "persona non grata" pela faculdade de direito após uma série de divergências em casos como a reforma da biblioteca, o batismo de algumas salas e o uso de um complexo esportivo mantido pelo centro acadêmico da faculdade.

 

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