Em 2012, o CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) teve por meses o calçadão à sua frente apinhado de gente esperando em fila para conferir a mostra "Impressionismo: Paris e a Modernidade" —uma parceria do instituto com o francês Musée d'Orsay—, que recebeu 325 mil pessoas.
No ano seguinte, o centro abrigou outro sucesso de público: "Mestres do Renascimento: Obras-Primas Italianas". Agora, o local espera receber ao menos 200 mil visitas com "Visões na Coleção Ludwig".
À frente da administração do espaço desde 2011, Marcos Mantoan ressalta o papel do CCBB na região central. Em sua gestão, o centro cultural também promoveu oito "viradas", dias em que fica aberto para visitação de madrugada.
sãopaulo - Como se preparam para receber esse volume de pessoas e lidar com as filas?
Marcos Mantoan - Expandimos o atendimento em até quatro horas diárias e fizemos reformas. Também contratamos uma equipe de organizadores de filas, exclusivamente para orientar e tirar dúvidas das pessoas.
Como começou a ideia das 'viradas'?
Nos inspiramos na Virada Paulista e na Nuit Blanche, de Paris. Queríamos homenagear os impressionistas. Pelo grande sucesso, fizemos mais duas edições na mostra do Impressionismo, quatro na do Renascimento e uma na Coleção Ludwig.
Qual o público das 'viradas'?
Na primeira, foram 12 mil pessoas. Na segunda, 16 mil e, na terceira, 20 mil. O público é totalmente heterodoxo. É uma diversidade incrível.
Por que o CCBB passou a abrir às segundas e fechar às terças em 2013?
Fizemos uma pesquisa e descobrimos que havia poucos espaços com programação de qualidade às segundas. Também queríamos estimular outros locais a realizar o mesmo e fazer com que o centro de São Paulo fosse mais frequentado inclusive às segundas-feiras.
As pessoas temem frequentar o centro à noite pela falta de segurança. Como melhorar isso?
Por conta das "viradas", conseguimos com a prefeitura que a iluminação das ruas em torno no CCBB fosse trocada. Além disso, nos últimos anos temos feito muitos eventos em outros locais do centro. Porque somos um dos atores do processo de requalificação da região central.
| Peu Robles - 21.jan.2014/Folhapress | ||
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