'Menos no Ibirapuera é mais para o parque Augusta', diz membro do conselho gestor

Embora não falte investimento e seja um dos mais belos pontos da cidade, o parque Ibirapuera está cheio de problemas.

É o que pensa o engenheiro civil Thobias Cortez Furtado, 24, representante dos frequentadores no conselho gestor do espaço há três anos e meio. "Escuto e leio reclamações de centenas de usuários por mês."

Furtado diz ter sido advertido pela prefeitura para "não interferir na administração pública" quando começou a cobrar por relatórios detalhados de gastos e estatísticas sobre a área verde. A Secretaria do Verde diz que pediu apenas para que Furtado tirasse do ar seu site sobre o Ibirapuera.

Leia a entrevista abaixo:

Felipe Gabriel/FolhaPress
Thobias Cortez Furtado, 34, engenheiro civil
Thobias Cortez Furtado, 34, engenheiro civil

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sãopaulo - Por que você se candidatou para o conselho gestor?
Thobias Cortez Furtado - Frequentei muitos parques. Nasci em BH e morei no Rio. Estudei e trabalhei na Nova Zelândia, na Alemanha e na Suécia. Quando cheguei a São Paulo, há cinco anos, achei a cidade um pouco árida, o parque era um refúgio. Vi que poderia ajudar com a minha bagagem.

Quais são os principais problemas do Ibirapuera?
A convivência de skates, bicicletas, patins e pedestres. Falta definição de qual espaço é dedicado a cada coisa, é um problema de zoneamento. Segurança é outro problema, desde segurança física das pessoas até furto de carros e bikes. Tem também a questão de lixo, sujeira no lago, quadras e espaços esportivos malpreservados.

O que você sugere para resolvê-los?
A gente tem que profissionalizar a administração, instituir metas, indicadores e relatórios. Trazer o maior valor possível para cada real investido no parque. Fazer mais com menos, reduzir o custo do parque Ibirapuera para sobrar dinheiro para pagar o parque da Augusta, para pagar o parque da Mooca. Quanto custa de fato o Ibirapuera? Eu pergunto e eles respondem: "Não sei, tem que calcular."

Qual seria o modelo de gestão ideal?
Existem diversas opções, como criar uma fundação, que é um modelo de governança dominante mundo afora. Mas a questão toda é como bem administrar e como captar receita: no Central Park [em Nova York], 80% vem de doações. Não acredito que dá para chegar a isso, mas dá para atingir 20% explorando publicidade em bancos, em pequenas plaquinhas etc.

Do que você mais gosta no parque como usuário?
Ia muito ao bosque da leitura. Hoje o que eu mais faço é caminhar nas pistas de terra e visitar exposições.

Qual é a sua avaliação da abertura 24 horas no fim de semana?
Por mim, quanto mais abrir, melhor.

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