Prefeitura regulariza uso de túnel na rua Augusta para festas

Duas semanas depois de serem proibidas pela Polícia Militar por falta de autorização, as festas no Buraco da Minhoca —túnel que sai da rua Augusta e passa sob a praça Roosevelt (centro)— ganharam o aval da Prefeitura de São Paulo.

Organizadores dos eventos e representantes da subprefeitura da Sé, da GCM (Guarda Civil Metropolitana), da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e da PM se reuniram na tarde desta quinta (13), na base da GCM na praça Roosevelt. Após duas horas de negociação, ficou combinado que as festas gratuitas poderão acontecer, desde que previamente autorizadas.

No último evento, realizado no dia 1º, duas pessoas não ligadas à organização chegaram a ser detidas e encaminhadas ao 78o DP por desacato a autoridade. Na ocasião, a corporação disse que os jovens não tinham liberação para uso do local.

"A subprefeitura disse que vai calcular o número máximo de pessoas que cabe no espaço. A PM pode ser acionada para não superaglomerar o túnel, mas sem alarde", diz o DJ Chico Tchello, um dos criadores das festas.

Em nota, a subprefeitura da Sé confirma a reunião e diz que solicitou aos organizadores o preenchimento de um formulário de solicitação de uso do solo.

Este documento, com dia, horário e público estimado para cada evento, também precisa de autorização da CET para que as festas ocorram legalmente.

"Nunca quis enfrentar poder público, nem moradores da área", diz Tchello. "Fico feliz. A coisa mais terrível é ficar tenso como medo de ser preso por fazer algo que acredito ser virtuoso para os outros."

Sobre segurança, a sãopaulo apurou que a PM vai colocar uma viatura próxima ao túnel nos dias de festa.

A primeira após a legalização do Buraco da Minhoca deve acontecer na tarde do dia 30 (domingo). Segundo a organização, será voltada para crianças e reunirá malabaristas e apresentações de teatro. Outro evento, voltado para adultos, está previsto para a noite do dia 12 de abril.

"Fumamos o cachimbo da paz", comemora o DJ, que chegou a escrever uma carta para moradores da região explicando a ocupação pacífica. "Agora estou leve. Estava carregando um piano nas costas."

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