De tecido a pedra, materiais diversos ditam a democracia das paredes

De simples pinceladas de tinta colorida à colocação de couro do chão ao teto, a arquitetura de interiores está bastante democrática. À exceção da parede de textura feita com massa corrida, que saiu um pouco de cena, arquitetos e decoradores encorajam a escolha de materiais diversos, contanto apenas que eles estejam de acordo com o projeto do ambiente.

A arquiteta e professora da UFRJ Ethel Pinheiro, por exemplo, ressuscita o fulget, mistura de pedras naturais moídas que foi moda nos anos 1970 e que voltou em projetos atuais.

Segundo a arquiteta Patrícia Anastassiadis, a abertura das importações no país depois dos anos 1990 ampliou a gama de materiais à disposição. "Antes só tínhamos o mármore travertino", relembra ela, em relação a essa pedra encontrada principalmente na Itália. Confira a seguir que tipo de material colocar na parede.

-

MADEIRA

Para o arquiteto Ricardo Caminada, revestimentos naturais, como a madeira, estão em alta e podem ser usados em um pedaço da parede, em um painel, por exemplo. "Por ser térmica e ter boa acústica, a madeira é muito usada em 'home theater', 'living' e sala de jantar", diz a decoradora Mariana Gibran. "Além disso, a madeira dá sensação de aconchego." Dependendo do tipo escolhido, custa a partir de R$ 400 o metro quadrado colocado (na IndusParquet, tel. 5052-0767).

-

PEDRA

Mármore, granito e tijolo aparente são tipos de pedras que constantemente sobem pelas paredes. Uma solução usada pela arquiteta Patrícia Anastassiadis em seus projetos é um mosaico de pedras (entre mármore e granito) em uma das paredes da sala. Já a decoradora Mariana Gibran dá preferência ao tijolo inglês, que é produzido e cortado artesanalmente e vai bem tanto em áreas externas quanto em internas (custa R$ 249 o metro quadrado na Palimanan, tel. 3064-0617).

-

PAPEL DE PAREDE

"Existe uma variedade incrível, é fácil de limpar e dura de dez a 15 anos", enumera o arquiteto Luis Café. A variedade se reflete no preço, que pode começar em R$ 50 e chegar a R$ 5.900, como um modelo da linha Natural Reforce da Bucalo (tel. 3062-2882), de palha natural (7,30 m x 0,90 m). "Tem até com toque de xantungue de seda pura", diz a decoradora Mariana Gibran. Uma derivação do papel é o adesivo vinílico, como os da Oppa (www.oppa.com.br), que imitam azulejos (R$ 49,90 o kit com 16 unidades).

-

TECIDO

Todo tipo de tecido tem ido para a parede. O linho (a partir de R$ 104 o metro na Celina Dias, tel. 5093-0447) e o algodão são os mais utilizados, mas projetos mais ousados optam até por couro. Os locais mais escolhidos são os quartos e a sala de jantar. "Por ser mais delicado, não é indicado para áreas que necessitam de limpeza constante, como a cozinha", diz Mariana Gibran. A maior desvantagem é que a aplicação exige mão de obra especializada, o que encarece o produto.

-

TINTA

Se nos anos 2000 era comum pintar uma única parede, hoje a tinta pode ser usada no ambiente inteiro. Em seus projetos, Mariana Gibran diz usar cores neutras, que não enjoam fácil, como azul-marinho e cinza-chumbo. Além de ser uma solução barata (um galão Coral de 18 l sai por R$ 223,85 em www.leroymerlin.com.br), Luis Café lembra que há tintas laváveis. E, se não ficar do agrado do dono, é só escolher uma nova cor e pintar por cima, sem ter de quebrar a parede.

-

FULGET

Conhecido como granito lavado, é feito de cimento, aditivos e granulados de pedras. Segundo Ethel Pinheiro, é usado em áreas externas, pois dura 20 anos, mas também é aconselhado para corredor, cozinha e sala. Sempre em uma única parede, "para não ficar pesado". "No banheiro não é legal, pois é poroso. Na sala, é bom se ela for grande e se na parede não houver janela." O metro quadrado da mistura de pedra e cimento custa R$ 120 na Casa Franceza (tel. 3672-5383).

Publicidade
Publicidade