De bar em bar, islandesa que gravou com Björk traz o seu trombone a SP

Sennilega nálgast rútuferðir mínar upp undir 20 hér í brasilíu! O islandês é uma língua tão difícil que nem o tradutor do Google vai lhe ajudar muito a decifrar essa frase. No máximo ele te indica que alguém está tendo problemas com os ônibus no Brasil.

A autora do desabafo transcrito é a islandesa Sigrún Jónsdóttir, 28. No Brasil desde o começo do ano, Sigrún ainda não se acostumou com as dimensões de São Paulo. "É muito difícil se locomover por aqui", explica.

Camila Fontana/Folhapress
De bar em bar, islandesa que gravou com Björk traz o seu trombone a São Paulo
De bar em bar, islandesa que gravou com Björk traz o seu trombone a São Paulo

Além de ser mais uma estrangeira perdida no trânsito paulistano, Sigrún (pronuncia-se Chigrún) também exibe um currículo de respeito. Em 2007, a musicista gravou um disco com sua conterrânea mais famosa, a cantora Björk. Nas faixas de "Volta", o trombone de Sigrún pode ser ouvido junto dos outros metais da banda Wonderbrass.

"A Björk queria um conjunto de metais só com mulheres. Ela decidiu reunir todas as musicistas de metal do país", conta. Concorrência difícil? "Na verdade, nós éramos basicamente as únicas. A Islândia não tem muitas mulheres", exagera (49,7% da população islandesa é composta por mulheres).

Sigrún começou a tocar trombone aos 14 anos, e também garante ser uma excelente violinista. "O problema é que existem muitas violinistas e poucas trombonistas no mundo, então fico mais no trombone".

De fato, desde que chegou ao Brasil, não faltaram convites para que Sigrún trouxesse seu trombone para os diversos eventos, tocando marchinhas no bloco do Boitatá, no Rio, choro na Oficina de Música de Curitiba e, atualmente, jazz com o baixista Zérró Santos, em bares de São Paulo.

"São Paulo tem uma boa demanda por música ao vivo, com muitos lugares para tocar", empolga-se a islandesa, que se amarra em um forró. "Meu plano agora é aprender a tocar rabeca e a adaptar para o violino", conta.

Se Sigrún achava que existiam poucas trombonistas na Islândia, imagine sua solidão quando se tornar uma tocadora de rabeca islandesa.

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