Alemão que cantou para João Paulo 2º e Sean Connery se apresenta em SP

O contratenor alemão Andreas Scholl, 46, se apresenta na quarta (14) na Sala São Paulo. A apresentação será acompanhada pela pianista Tamar Halperin.

Com ingressos entre R$ 80 e R$ 250, o espetáculo integra o calendário da Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (TUCCA).

Toda a renda será revertida para o tratamento de jovens atendidos pela instituição.

Abaixo, leia uma entrevista com Scholl.

McMillan/Decca/Divulgação
O contratenor Andreas Scholl, que se apresenta na Sala São Paulo
O contratenor Andreas Scholl, que se apresenta na Sala São Paulo

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sãopaulo - É a sua primeira vez no Brasil, certo? Há alguma expectativa diferente?
Sim, vai ser minha primeira apresentação e também a primeira visita ao País. Sei que a música de câmara tem uma grande audiência no Brasil, definitivamente um país musical que ama o canto. Já me apresentei em Berlim ao lado do meu amigo e colega Edson Cordeiro, e vou encontrá-lo novamente em São Paulo. Minha esposa Tamar e eu amamos tocar e cantar, e torcemos para que a plateia sinta esse amor.

Como começou a cantar?*
Andreas Scholl - Nasci em Eltville, na Alemanha, e cresci em Kiedrich. Toda a minha família era de cantores. Aos sete anos fui inscrito no coro de Kiedricher Chorbuben. Aos 13, desempenhei um papel de segundo menino em "Die Zauberflöte, de Mozart", enquanto minha irmã fazia o primeiro menino.

Você cantou para o papa João Paulo 2º?
Naquele mesmo ano, fui um dos 20 mil coralistas de todo o mundo a se reunirem em Roma para um festival. Fui escolhido para cantar solo na missa em 4 de janeiro de 1981, onde se encontrava o papa João Paulo 2º.

E para o Sean Connery também?
Um ano e meio antes de eu terminar a escola, o diretor Jean Jacques Annaud visitou nosso coro e contou que iria filmar "O Nome da Rosa" em um monastério a dois quilômetros de distância da nossa cidade. Ele estava à procura de homens jovens que pudessem exercer o papel de monges novatos e que soubessem canto gregoriano. Foi assim que, junto com meus companheiros coristas da Kiedricher Chorbuben, fiz uma participação no filme, interpretando um jovem monge, ao lado de Sean Connery em cenas filmadas na Abadia de Eberbach, perto de Kiedrich, a cidade onde cresci. A maior parte do tempo eu fiquei no fundo e tinha que ficar próximo ao Sean Connery nas cenas em que ele aparecia cantando em close, para vocalizar o canto gregoriano alto o suficiente para que ficasse mais fácil para ele fazer a sincronização labial. Ele foi sempre muito amigável com todo mundo, e sempre que possível ele separava um tempo para conversar com nós 'figurantes'.

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