Ele está por aí há 72 anos e bate a idade de muita avó. Mas o Brasil não tinha visto até hoje um boneco de pelúcia do único representante nacional na trupe da Disney: Zé Carioca.
Não tinha, porque a Copa foi o empurrãozinho final que o império americano precisava para liberar a construção do brinquedo do papagaio que usa gravata borboleta.
O boneco do Zé Carioca chega às lojas neste mês, custando R$ 129,90. E a nacionalidade brasileira não para no RG do personagem. As pelúcias também serão feitas no Brasil, na fábrica Long Jump, do bairro paulistano da Lapa.
O projeto de dar vida ao malandro carioca partiu da firma. "Pensamos que poderia dar certo, com a Copa e com a Olimpíada. Pegamos vários desenhos do Zé Carioca e começamos a procurar partes de corpo que combinassem", diz a gerente de produto Camila Ayako.
"Então montamos um projeto, com olhos pintados de caneta, e mandamos para a Disney. Eles responderam depois de algumas semanas pedindo a troca de algumas cores. Mas só isso. E até elogiaram depois", conta Ayako. uma das responsáveis pelo boneco existir.
DETECTOR DE METAL
A fábrica já tem autorização da Disney para produzir personagens americanos há mais de dez anos. Saem de lá todos os dias cerca de 2.000 brinquedos felpudos.
Ultimamente andam atordoados com a procura por Olafs, o boneco de neve do filme "Frozen". A linha de produção, com 20 costureiras trabalhando no local e mais dez oficinas em cidades da Grande São Paulo, também devota seu tempo a efígies de Minnie, Dory (o peixe esquecido de "Procurando Nemo"), Kermit (o sapo verde dos Muppets, que antigamente se chamava Caco), da Pequena Sereia e toda companhia limitada.
Um Mickey médio leva cerca de uma hora para ficar pronto, do momento de recortar a pelúcia, que vem em rolos, até encher a estrutura já costurada com espuma.
Depois de pronto, cada bicho de pelúcia passa por um detector de metal, parecido com esses de aeroporto. É para ter certeza que um pedaço de agulha ou outro objeto que possa machucar não tenha ficado dentro do brinquedo.