Festival secreto atrai 600 pessoas que não sabiam quais bandas tocariam

Sem saber o que iriam ouvir, 600 pessoas, entre convidados e pagantes que gastaram de R$ 50 a R$ 85, foram ao Centro Cultural Rio Verde, na Vila Madalena, região oeste, no último domingo (8) para acompanhar o Sofar Secret Festival.

Realizado pela primeira vez fora de Londres, sua cidade de origem, o evento mostrou dez bandas brasileiras pouco conhecidas e uma iraniana, "Do Re Mi Fair Play".

Durante as apresentações, de 20 minutos cada uma, pôde-se ouvir folk baiano, batidas africanas à paulista e uma homenagem ao maculelê com referências ao funk carioca.

"Muita gente olha o line-up de um festival e fala que não gosta de uma banda sem conhecê-la. Em um evento com dez bandas, você vai gostar de algo que nunca ouviu", diz o cofundador do festival Rocky Start, 32.

Quando Start e Rafe Offer decidiram criar seu próprio evento musical, em 2009, eles não faziam ideia de quais bandas convidariam ou de qual endereço sediaria a reunião. Apenas queriam que o público deles não saísse de casa atrás de uma atração específica. Nessa loteria, nasceu o Sofar Sounds, que promove performances de artistas independentes com line-up e locais secretos.

O que seria uma série de shows esporádicos virou um negócio, com parceiros em 40 países. Isso facilitou a criação da edição paulistana, oficialmente a primeira fora de Londres.

A reportagem pagou R$ 77 pelo ingresso do segundo lote. O local só foi informado dois dias antes, por e-mail. As atrações, apenas na hora.

Ao longo do dia o espaço ficou pequeno. Piorou quando os shows foram para um salão fechado. Era difícil encontrar um lugar na plateia.

Daniel Ribeiro, 32, é músico e aprovou. "Pelo espaço e nível das bandas, achei o preço justo."

A produtora Fernanda Coelho, 29, conheceu o projeto em Londres, onde morou durante seis anos. "Era bem maior e underground. Estou achando mais intimista. Fico me perguntando que músico tocando aqui vai estourar."

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