'Derrota para a Itália em 1982 foi um desastre', diz ex-goleiro da seleção

Em 1973, Waldir Peres chegava à capital paulista para jogar no São Paulo Futebol Clube. Vindo da Ponte Preta, de Campinas, ele passaria a morar em uma pensão mantida pelo tricolor. A casa, em Pinheiros, região oeste, abrigava os atletas de outras cidades. Hoje,

Aos 63 anos, Peres continua na área, morando na Consolação (região central)

Depois de pendurar as luvas, virou treinador. Durante a carreira, o goleiro disputou três Copas do Mundo (1974, 1978 e 1982) e atuou por 11 anos no São Paulo (1973-1984), além de jogar no Corinthians e na Portuguesa.

"Falava para todo mundo: o gol vai ficar pequeno, sou grandão [1,80 m], pego mesmo", relembra Peres, que tinha fama de pegador de pênaltis.

Titular no Mundial de 1982, na Espanha, ele afirma que o Brasil seria campeão se tivesse passado pela Itália. "Era um grupo sensacional, com grandes jogadores."

Pétala Lopes/ Folhapress
Waldir Peres, 63, ex-goleiro da Seleção Brasileira de Futebol
Waldir Peres, 63, ex-goleiro da Seleção Brasileira de Futebol

sãopaulo – A seleção de 1982 foi o maior time em que você jogou?
Waldir Peres – Tinha um grande treinador, o Telê [Santana], e um grupo de jogadores de alta qualidade e de uma amizade profunda. A gente tem amizade até hoje. Infelizmente, tivemos a derrota para a Itália [por 3 a 2], que nos tirou da competição.

E você ainda pensa nesse jogo contra a Itália?
Fomos alijados da competição. Ali, praticamente foi decidido o título mundial de 1982. Se o Brasil ganhasse da Itália, classificaria para a outra fase e seria o campeão, a julgar pelo futebol que estava apresentando. Essa partida foi, digamos assim, um desastre.

O que espera desta Copa?
Quanto à organização, demoramos a terminar os estádios. Mas temos capacidade de buscar o título: o Brasil tem o apoio da torcida e sempre é favorito. Agora, o que me deixa chateado são esses gastos que o governo fez, com o Brasil precisando de saúde, de segurança.

Quem deveria ser o goleiro titular da seleção atualmente?
No momento, o Julio [Cesar] leva mais vantagem porque tem experiência em Copa. Agora, ele precisa estar supertranquilo, porque carrega uma desclassificação contra a Holanda [em 2010]. Qualquer gol que for considerado falha dele, vai ter cobrança grande.

Você era considerado um jogador catimbeiro...
Antigamente, não tinha o problema do cartão amarelo. Às vezes, você fazia uma defesa e demorava um, dois minutos para levantar. Você ia bater um tiro de meta, ameaçava, voltava, batia a chuteira na trave e depois é que cobrava. Hoje, o cartão amarelo bloqueou muito essa situação.

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