Em 1982, o Mundial da Espanha teve como trilha sonora os versos: "Dá-lhe, dá-lhe bola, meu canarinho vai deixar a gaiola". Há quem não se lembre. Durou pouco o reinado da marcha, escrita por Luiz Ayrão, 72.
A seleção de Zico, Falcão, Sócrates e Toninho Cerezo não conseguiu levar a pátria além da segunda fase do torneio, vencido pela Itália.
"Eu achei que não fossem querer ouvir essa música coberta de ouro, mas era eu subir no palco que o público começava a gritar 'Dá-lhe, dá-lhe bola'", conta Ayrão. Que seguiu entoando o hino e até fez uma continuação para ele, sem achar que a zica marcara de perto a música.
| Christian von Ameln/Folhapress | ||
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| O músico e compositor Luiz Ayrão, autor de "Nossa Canção" e "Ciúme de Você" |
"Não tem sorte ruim aqui, não", defende ele no apartamento em que mora há uma década em Santana.
Foi lá que, vendo o neto bater bola nas paredes do apartamento, ele compôs "Garoto da Camisa Amarela", sua empreitada para a Copa em curso. A canção que fez em ritmo de frevo, também foi remixada como um funk carioca e é vendida online.
Nos 32 anos entre uma Copa e outra, ele migrou para o lado de lá do balcão —no caso, do palco. Abriu na cidade três casas de show: o Canecão Anhembi, o Sinhá Moça e o Modelo da Liberdade. Agora, além de voltar à temática futebolística, Ayrão volta à ribalta: faz show em 10 de julho no Terra da Garoa, casa noturna na avenida São João. Três dias antes da final do Mundial. "Espero cantar o hino da vitória", diz Ayrão. E ri.