Ao redor nas colunas da marquise, jovens conversam e dão tragos no narguilé compartilhado. Espalhados no gramado que separa a Oca do MAM (Museu de Arte Moderna), ouvem música, dão risada, dividem pacotes de salgadinho e bebidas misturadas com energético, consumidas em garrafas PET de dois litros.
Maurício Vondork ("sobrenome do Facebook, não da certidão"), 20, é dos mais populares no MAM aos domingos, quando adolescentes do centro e da periferia paulistana se encontram para "beber, se conhecer, se beijar". Ele, por exemplo, é de Guaianases, no extremo leste da capital.
Do outro lado do rolezinho está Daina Layton, 34, coordenadora do educativo do MAM. No ano passado, intrigada com a ocupação do espaço que compartilhava com os adolescentes e preocupada com as cenas de abuso de álcool, resolveu fazer um mapeamento dos frequentadores dominicais. "Perguntamos o que eles sonhavam para esse espaço, quais atividades culturais gostariam de ter", conta ela, que conheceu Maurício em uma dessas reuniões.
Assim nasceu, em outubro de 2013, o Domingo MAM. O programa oferece oficinas gratuitas na área externa, como as de estêncil e circo, todos os domingos a partir das 11h. "Alguns jovens até se inscreveram em oficinas do próprio museu", diz a coordenadora.
Para Maurício, que divulgou em sua página do Facebook o encontro do último domingo (10) -um bate-papo sobre sexualidade com o sociólogo Richard Miskolci-, o projeto é bom para os dois lados, "tipo um casamento".
SERVIÇO
Domingo MAM. Marquise. Portão 3, tel. 0/XX/11/5085-1300. Dom.: a partir das 11h. GRÁTIS