Rafael Cortez e banda Pedra Letícia fazem show com músicas divertidas

Rinaldo de Oliveira/Divulgação
Rafael Cortez e banda Pedra Letícia durante apresentação do projeto MDB - Música Divertida Brasileira
Rafael Cortez e banda Pedra Letícia durante apresentação do projeto MDB - Música Divertida Brasileira

O jornalista, músico e humorista Rafael Cortez teve a ideia de reunir num show especial uma série de canções nacionais engraçadas. Para isso, ele chamou os amigos da banda Pedra Letícia e, juntos, criaram o projeto MDB - Música Divertida Brasileira, que vai ocupar o palco do HSBC Brasil (zona sul de São Paulo) no próximo domingo (dia 21).

A intenção foi garimpar canções cheias de humor ao longo da história do Brasil, e, para delimitar a pesquisar, eles escolheram composições lançadas entre as décadas de 1920 e 1980.

Mas nada vai aparecer da forma tradicional, os arranjos são todos diferentes: um samba, por exemplo, pode virar um rock na versão dos meninos, assim como um baião pode se transformar num blues ou numa valsinha.

Fazem parte do repertório 14 obras de artistas como Tom Jobim ("Pra Mode Chatear"), João do Vale ("Peba na Pimenta"), Moreira da Silva ("Fui ao Dentista"), Adoniram Barbosa ("Samba do Arnesto"), Jorge Ben ("O Circo Chegou") e Chico Buarque ("Piruetas"). É uma mistura e tanto.

Em cena, Rafael toca violão e divide os vocais com Fabiano Cambota, do Pedra Letícia, que também é humorista. Entre uma música e outra, eles explicam a proposta do show, dizem como foi a escolha do set list e, claro, fazem piadas em meio a muito improviso —com a participação dos outros integrantes da banda também: Thiago Sestini (percussão), Zé Junqueira (bateria), Kuky Sanchez (baixo) e Xiquinho Mendes (guitarra).

Os ingressos para o show, que começa a partir das 20h, custam entre R$ 50 a R$ 120 e estão à venda pelo site do HSBC Brasil.

Abaixo, leia bate-papo com Rafael Cortez.

Informe-se sobre o evento

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sãopaulo -Você acha que a música atualmente anda sem graça, séria demais (comparada a como era antes)?
Rafael Cortez - Há muita coisa boa e bem divertida na música de agora. Mas você vai achar isso mais no circuito independente. O chamado "circuito comercial" é mais quadradinho porque reflete um país onde, hoje, as pessoas se levam a sério demais. E levam as coisas a sério demais. Atualmente, o humor na música segue o humor como um todo nesse país: olha muito para uma cartilha imposta pela patrulha do politicamente correto. E isso é uma pena.

Você é violonista e lançou um CD instrumental em 2011 ("Elegia da Alma"). O que te fez assumir o microfone e se tornar vocalista também?
Eu sempre quis cantar também, além de tocar violão. Só não sabia, só não tinha estudado. Quando concebi o MDB, resolvi que realizaria um sonho antigo e corri atrás: fiz aula de canto, fui entender respiração e os limites da voz. Mas limitei minha atuação também: no MDB, a banda é a Pedra Letícia, e essa banda tem um vocalista ótimo, o Fabiano Cambota. A gente se reveza na voz e isso me poupa. Além disso, concebi um personagem meu para cantar: ele é mais canastrão, imposta mais o timbre, é meio teatral. E um personagem dá uma segurança tremenda para encarar um desafio novo.

Pretender lançar CD deste projeto?
Lançamos o single do projeto mês passado, deixando-o disponível para baixar. A ideia era gravar e lançar o CD ainda esse ano, mas adiamos para 2015 por conta de recursos que ainda não entraram. O meu CD instrumental eu banquei do próprio bolso, mas o do MDB eu quero fazer com captação, patrocínio, gravadora, boa distribuição etc. Eu preciso aprender a parar de resolver as coisas do meu jeito e com a minha grana, que nunca foi muita.

Como é o set list, são quantas músicas?
São 14, incluindo um pout-pourri de marchinhas de Carnaval populares e um "medley" envolvendo uma música do Tom Jobim e outra do João de Barro, o Braguinha. E os fãs das músicas autorais do Pedra Letícia não precisam ficar preocupados, porque no "bis" a gente faz uma deles: "Teorema de Carlão".

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