Corredor de pedestres sob rua da Consolação passará por reforma

Projetada nos anos 1970 para facilitar a travessia da rua da Consolação na esquina com a Paulista, a passarela subterrânea, sem recauchutagem desde 1989, será reformada.

Embora a necessidade de revitalização do espaço tenha ficado em evidência devido ao aumento do movimento no entorno, ainda não há previsão para o início das obras. De um lado da via, está o recém-inaugurado Caixa Belas Artes; do outro, o bar Riviera, reaberto em setembro de 2013.

Thays Bittar/Folhapress
"A gente não é contra a reforma, é contra ser colocado na rua", diz a vendedora de livros Odete Machado
"A gente não é contra a reforma, é contra ser colocado na rua", diz a vendedora de livros Odete Machado

Na época da construção da passarela, o intuito era abrigar exposições -ideia que será preservada. "Além de ser espaço de passagem, queremos que ela se torne também um local de permanência", diz o subprefeito da Sé, Alcides Amazonas.

Desde 2005, quem toma conta do espaço é Odete Machado, 45. Ex-bailarina, ela é uma das vendedoras de livros usados que se revezam de segunda a sexta, das 7h30 às 20h; sábado, das 10h às 22h; e domingo, das 16h às 20h. Os preços variam entre R$ 1 e R$ 30. Agora, com o novo status do corredor, ela teme que o sebo acabe. "A gente não é contra a reforma, é contra ser colocado na rua."

Proprietário do Caixa Belas Artes, André Sturm acredita que a passarela subterrânea é hoje um espaço subutilizado. "Não queremos tirar os livreiros, mas dar melhores condições para que todos possam utilizá-la."

Responsável pelo projeto original, o arquiteto e urbanista Nadir Mezerani buscou inspiração na passagem - atualmente fechada- sob a rua Xavier de Toledo, no centro. "Fizemos a passarela bem larga porque, além de ter espaço, queríamos instalar a parte subterrânea do bar Riviera, o que nunca se concretizou", diz o arquiteto.

Antes de apresentar o novo projeto, a prefeitura fez uma audiência pública, no último dia 10, para ouvir a população e saber se há interesse de empresas em patrocinar a reforma. Sturm era um dos presentes. "Queremos colaborar para que, além dos livreiros, vire uma sala de espera."

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