A cantora Tulipa começou um namoro no Ecléticos Bar, que não existe mais. A artista plástica Mariana Martins estudava no colégio Teixeira Branco, que veio abaixo. Mesmo com o ritmo frenético de transformação, a cidade ainda tem lugares preservados na memória de seus moradores.
A ideia do site Mapas Afetivos, criado pela empresa lml, é reunir essas lembranças e traçar a geografia da capital com depoimentos de ilustres e de desconhecidos. Qualquer pessoa pode registrar suas recordações. Veja abaixo alguns depoimentos retirados do site:
Karina Buhr, compositora e atriz
Foi por causa do Teatro Oficina que vim morar em São Paulo. Passei cinco anos direto lá, primeiro fazendo 'Bacantes', depois 'Os Sertões'. Era muito intenso, ensaio todos os dias. Eu não fazia mais nada, ia do teatro para casa. Tinha amigo meu do Recife que morava aqui e eu nem sabia. Eles falavam que tinha um túnel da minha casa pro teatro.
Mariana Martins, artista plástica
Eu estudava na rua Guarará, em um colégio que se chamava Teixeira Branco. Eu saí de lá em 1969. Em 1971 não existia mais nada. Nem as casas em que eu morei nem a escola nem a vizinhança. Foi tudo abaixo, virou tudo prédio.
Renata Simões, apresentadora
Eu me apaixonei por uma pessoa no Sarau da Cooperifa. Acho emblemático ter me apaixonado por alguém num lugar que fala de poesia. Fui a primeira vez sete anos atrás. Foi uma descoberta. Você vê aquele senhor com a cara marcada de um dia de trabalho tirando um papelzinho amassado do bolso para ler uma poesia
Luiz Chagas, guitarrista e jornalista
Sempre moramos perto de Congonhas, onde tinha a TV Record nos anos 1960. Era uma loucura, a época dos festivais. Minha infância era ir à padaria e ver o Golias. No bar, o Adoniran Barbosa. Via o [cantor de rock] Carlos Gonzaga na feira...
Tulipa Ruiz, cantora e compositora
Descemos a rua Augusta aos pouquinhos até chegar ao Ecléticos, frequentado por todos os seres da região... Ficamos a madrugada e a manhã nesse lugar e, depois dessa 'connection', comecei a namorar.
