Ciclovia da Paulista não vai eliminar faixas da avenida, diz CET

A ciclovia que será implantada no canteiro central da avenida Paulista não vai eliminar pistas de rolamento da via. Assim explica o diretor da CET, após a sãopaulo revelar que o desenho apresentado à população é diferente da realidade.

No desenho, o canteiro central mede 3,5 m e deverá ser alargado para 4 m, tirando 25 cm de cada lado das quatro pistas de carros e ônibus. Na prática, a reportagem constatou que as medidas são diferentes ao longo da avenida.

"Não é só com a largura do canteiro que é possível afirmar que terá a perda das faixas. É preciso medir a avenida como um todo e o projeto final vai garantir a premissa de não eliminar nenhuma faixa de rolamento", diz Tadeu Leite, diretor de Planejamento, Projeto e Educação de Trânsito da CET.

Ele explica que as pistas serão redivididas e terão larguras compatíveis com o Código Brasileiro de Trânsito a fim de garantir os níveis de segurança necessários, que, segundo o diretor, será de no mínimo 2,50 m para carros e 3,20 m para ônibus.

A sãopaulo percorreu a avenida e comprovou que, na altura do nº 620, o canteiro central mede 2,30 m, enquanto, na altura do nº 1.100, a largura do canteiro sobe para 2,85 m. Em frente ao Masp, o canteiro tem a mesma largura que em frente ao nº 1.811 (2,45 m). Na altura do nº 967, a medição é de 2,57 m. Próximo ao Conjunto Nacional (nº 2.000), o canteiro mede 2,50 m.

"É possível que a pista da Paulista seja variável e a largura continue sendo possível", diz Sergio Ejzenberg, consultor e mestre em transportes pela Escola Politécnica da USP. "Caso contrário", pondera, "estamos com a falta de 1,50 m".

Se o projeto da CET prevê a retirada de apenas 25 cm de cada lado das pistas, a medição da reportagem mostra que serão necessários mais cortes. "Conforme vai estreitando [a via], aumenta o risco de acidentes, principalmente quando há motos no meio", diz Ejzenberg. "Não bater os números [das medidas] é um absurdo. Isso não poderia ter acontecido", diz.

"É prematuro demais dizer que a faixa vai ficar estreita e que vai ter tendência a maior número de acidentes", rebate Leite, da CET. Ele explica que o projeto apresentado à população e disponível para consultas durante dois meses é funcional, feito a partir de um perfil médio da via e que existem oscilações ao longo da via.

LIMITE DE VELOCIDADE

Um dos problemas do estreitamento das pistas é por conta da circulação de motoqueiros no corredor, mas o diretor lembra que isso é proibido pela lei de trânsito. Na prática, porém, é o que acontece. "Se ele vai circular, reduzimos o limite de velocidade para ser compatível com os níveis de segurança."

Embora a velocidade máxima permitida na avenida tenha sido diminuída recentemente para 50 km/h, ali não existe fiscalização de velocidade. "Antes usávamos o sistema de pistola, mas o contrato com a empresa acabou. Está prevista a implementação de radares fixos (três para cada lado) para acompanhamento de velocidade, invasão da faixa de ônibus e avanço de vermelho no semáforo."

O projeto executivo deverá estar pronto até janeiro, quando iniciam as obras de construção da ciclovia. A ciclovia está prevista para ser entregue em seis meses. O custo estimado é de R$ 15 milhões.

Durante a execução das obras, as floreiras e os relógios serão removidos, uma pista de rolamento de cada lado será interditada e a ciclofaixa de lazer, que acontece aos domingos, não vai funcionar durante o período.

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