Cover de Paul McCartney virou até canhoto para tocar igual ao Beatle; veja 5 vídeos

Cesar Kiles virou canhoto por causa de Paul McCartney. Ele tocava em uma banda cover dos Beatles e o pessoal sempre comentava: "O rapaz que faz o Paul é bom, né, pena que é destro". Que nada.

Em 2000, depois de conhecer um garoto em Liverpool que tinha conseguido "virar" canhoto, ele decidiu tentar a mesma coisa. Foram dois anos de muito estudo, muita paciência e muita concentração, até conseguir subir ao palco e tocar com a esquerda.

"Qualquer coisa que eu via para desenvolver o outro lado do cérebro eu fazia", explica. Ele comia usando a mão esquerda, tentava escrever com a mão esquerda e até lia textos de ponta-cabeça —porque disseram que ajudava. "Hoje em dia é tão natural que até esqueço que tô tocando."

VÍDEO DE "ALL MY LOVING":

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Kiles interpretou McCartney por cinco anos no show All You Need Is Love, um dos maiores espetáculos sobre os Beatles do mundo —durante esse período, tocaram no lendário Cavern Club, em Liverpool, onde a carreira do quarteto começou, e também gravaram no estúdio Abbey Road. Ele e mais três integrantes deixaram o grupo recentemente e, ainda neste ano, devem lançar um outro projeto similar sobre a banda de John, Ringo, George e Paul.

Eles também pretendem colocar em pé, já em 2015, um espetáculo só sobre McCartney, que vai incluir as canções de sua fase solo.

O eterno Beatle se apresenta no Allianz Parque (antigo Parque Antártica) nos dias 25 e 26/11, com a turnê "Out There!", focada em seu disco mais recente, "New" (2013). Ainda há ingressos disponíveis (clique aqui para comprar).

Os cinco vídeos desta reportagem, que estão no DVD triplo do grupo All You Need Is Love, são de cinco canções que estiveram no repertório dos dois shows que Paul fez no Brasil em novembro (Espírito Santo e Rio de Janeiro).

VÍDEO DE "YESTERDAY":

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APRENDENDO COM PAUL

Kiles, com 37 anos atualmente, tinha 16 quando foi ao primeiro show de McCartney, em 3 de dezembro de 1993, no Pacaembu. Ele lembra a data de cor. Diz que a paixão pelos Beatles começou com força em 1990, e na época dessa apresentação em São Paulo já tinha começado uma banda cover com Thomas Arques (que interpreta George Harrison), mas nada profissional.

"Eu já tinha a preocupação de tocar igual. Tudo o que eu aprendi —piano, baixo e violão— foi vendo o Paul tocar, nunca fiz aula. Ele foi minha escola."

VÍDEO DE "HEY JUDE":

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Sobre a voz, o artista também teve que se adequar. "Além de cantar bem, o Paul muda a voz de música para música, ele tem uma tessitura muito grande, voz mais rasgada, mais limpa, tudo isso é técnica." Quando tocava em barzinho, voltava para casa sem voz. "Tive que aprender na marra."

Nesse show de 1993, Kiles ficou dois dias na fila e conseguiu ficar pertinho do palco. Depois disso, também viu o espetáculo de Paul em 2010, no Morumbi —na ocasião, ele já fazia parte do All You Need Is Love. E na semana que vem, dia 26, já tem lugar garantido na pista premium do Allianz Parque.

VÍDEO DE "I SAW HER STANDING THERE":

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INSTRUMENTOS E FIGURINOS IGUAIS

Os figurinos que Kiles usa nos shows são iguais aos usados por McCartney. Até os sapatos foram feitos pelo mesmo profissional que fazia os dos Beatles.

O cuidado é o mesmo em relação aos instrumentos. Atualmente, ele possui dois violões, duas guitarras e três baixos. O músico precisou de dez anos para encontrar um modelo igual ao baixo canhoto da Rickenbacker, usado a partir de 1965 em canções como "Penny Lane" e "Strawberry Fields Forever". Foram feitas apenas 200 unidades em homenagem ao Beatle, daí a dificuldade.

VÍDEO DE "LET IT BE":

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Um violão igual ao usado na gravação de "Yesterday" também faz parte do acervo do artista. Em 1998, um amigo que trabalhava numa loja de Nova York o avisou quando uma versão idêntica apareceu por lá. Ele foi atrás e comprou. Kiles também tem um baixo Hofner igualzinho ao que Paul usa até hoje.

POR QUE VER O PAUL?

Motivos não faltam, afinal, é um Beatle que estará no palco. Mas Kiles ressalta outros atrativos. "A maioria dos instrumentos que ele usa no show ele já usava nos Beatles. Aqueles 'pedacinhos de madeira', com todo o respeito do mundo, estavam juntos nas turnês e no dia a dia deles quando as músicas estavam sendo criadas e quando foram gravadas", conta.

"E ele é um cara que mudou o comportamento do mundo. Se não fosse para contemplá-lo como músico seria como personalidade."

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