Câmara tem "andado de lado", segundo vereador Ricardo Young

Seis vereadores esperam que o próximo presidente da Câmara, cujo nome deve ser anunciado nesta segunda (15), torne a Casa mais eficiente, responsável e produtiva.

Os pontos estão no manifesto lançado por eles no dia 2. Descontente, o grupo diz que a Casa tem trabalhado neste semestre "abaixo de suas obrigações mínimas" e é omissa em relação a temas urgentes, como a discussão do Orçamento da cidade no ano que vem.

Um dos idealizadores do documento, Ricardo Young (PPS), 57, que cumpre o seu primeiro mandato, diz que a Câmara tem "andado de lado". Segundo o administrador e empresário, os projetos não têm sido discutidos e as sessões são insuficientes.

Rafael Hupsel/Folhapress
Ricardo Young (PPS), um dos idealizadores do manifesto que pede uma Câmara mais eficiente
Ricardo Young (PPS), um dos idealizadores do manifesto que pede uma Câmara mais eficiente

sãopaulo - Como surgiu a ideia do manifesto?
Ricardo Young - Desde a votação do Plano Diretor, a Câmara [que tem 55 vereadores] começou a andar de lado. Achávamos que após a eleição voltaria ao normal, mas não voltou. Almocei com o Gilberto Natalini (PV) e com o Mario Covas Neto (PSDB) e surgiu a ideia de fazer o manifesto condicionando o apoio na próxima eleição da Mesa à aceitação dos pontos do documento. Conseguimos a adesão do Telhada (PSDB), da Patrícia Bezerra (PSDB) e do Marco Aurélio Cunha (PSD). Quando fizemos a entrevista coletiva [de anúncio], pegou fogo na Casa. Tentaram ridicularizar, mas viram que o gato tinha subido no telhado.

Ridicularizar como?
Disseram que era uma bobagem, que reiterava pontos do regimento. Dissemos: "É isso, vocês não respeitam sequer o regimento".

Qual a consequência disso?
A população fica à mercê de um Legislativo vulnerável. Ao retirar instrumentos, elimina-se a política do processo legislativo e começa a valer a vontade imperial, seja a do prefeito, seja a da base dele.

Sente-se envergonhado pela omissão, pela falta de produtividade?
Não, pois exerço meu mandato como tem de ser exercido. Fico envergonhado pelos meus pares. Não fico envergonhado... Lamento que não possamos ter políticos mais comprometidos, mais responsáveis. Não são irresponsáveis em relação à função de vereador, e sim à perspectiva da importância do Legislativo para o processo. É como se fosse "não é comigo, é com o meu partido".

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