Lavagem da 'mão de Niemeyer' adianta Carnaval no aniversário de SP

A construção do auditório Simón Bolívar, no Memorial da América Latina (zona oeste de São Paulo), em 1989, representou um revés para o samba paulista.

É que o local onde ele hoje se ergue, outrora conhecido como Largo da Banana, era um epicentro do samba local, imortalizadoem "Vou Sambar N'Outro Lugar", do clássico Geraldo Filme (1927-1995):

Divulgação
Tias Baianas lavam a "Mão de Niemeyer", no Memorial da América latina; evento reúne nata do samba paulista da zona oeste no aniversário da cidade, no domingo (25)
Tias Baianas lavam a 'Mão de Niemeyer', no Memorial; evento louva samba paulista no aniversário de SP

"Fiquei sem o terreiro da escola / Já não posso mais sambar / Sambista sem o Largo da Banana / A Barra Funda vai parar / Surgiu um viaduto, é progresso / Eu não posso protestar / Adeus, berço do samba / Eu vou me embora / Vou sambar n´outro lugar".

No aniversário da cidade de São Paulo, no domingo (25), o local conhecerá, pelo terceiro ano consecutivo, uma espécie de redenção do samba.

Nessa data, o Memorial da América Latina promove a Lavagem da Mão de Oscar Niemeyer.

Em sua terceira edição, o evento combina folclore e samba em torno da célebre escultura em forma de mão.

Inserida pelo arquiteto carioca Oscar Niemeyer (1907-2012) no coração do Memorial, a obra traz uma representação da América Latina e simboliza, como todo o projeto arquitetônico, a união entre os povos da região.

Com concentração a partir das 14h, a cerimônia se inspira na lavagem das escadarias da Igreja do Senhor do Bonfim, em Salvador. Aqui, porém, a trilha sonora será o samba paulista, em uma espécie de grito de Carnaval antecipado.

Cerca de 40 ritmistas da Bateria Furiosa, da escola de samba Camisa Verde e Branco, se reúnem em frente ao Auditório Simón Bolívar às 14h.

Estarão ladeados por músicos importantes da cena sambista na zona oeste, como Nelson Coelho, os Soberanos Mestres Sala e Porta Bandeira e as Tias Baianas e as Passistas.

Às 15h40, com trilha de sambas instrumentais de partido alto, o cortejo de 150 carnavalescos segue pela praça da Sombra em direção à Passarela. O desfile atravessa o elevado e segue até a praça do Sol, onde as Tias Baianas lavam simbolicamente a mão de concreto com água de cheiro.

Depois da lavagem, sambistas e público seguem até uma tenda próxima para uma rodada de samba de mesa com músicos e compositores, como Ideval Anselmo, Zelão, Aírton Santa Maria, Nelson Primo e o grupo Samba na Feira.

Lavagem da "Mão de Niemeyer" - Memorial da América Latina - av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, tel. (11) 3823-4600. Dom. (25): a partir das 14h. Lavagem da "Mão": 15h40. GRÁTIS. Livre.

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Tias Baianas lavam a "Mão de Niemeyer", no Memorial da América latina; evento reúne nata do samba paulista da zona oeste no aniversário de Sâo Paulo, no domingo (25)
Tias Baianas lavam a 'Mão de Niemeyer', no Memorial; evento louva samba paulista no aniversário de SP
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