Os candidatos ao Oscar foram anunciados e pelo menos três ausências foram sentidas na categoria melhor ator: Jake Gyllenhall ("O Abutre"), Ralph Fiennes ("O Grande Hotel Budapeste") e Philip Seymour Hoffman ("O Homem Mais Procurado").
A Academia teria prestado uma bonita homenagem a Hoffman (1967-2014) com uma indicação póstuma. "O Homem Mais Procurado", que acaba de sair em blu-ray e DVD, foi seu último trabalho no cinema. Como sempre, o ator está fabuloso.
Adaptado de um romance escrito em 2008 por John Le Carré, o filme traz Hoffman interpretando o alemão Günther Bachmann, chefe de uma unidade secreta antiterrorista em Hamburgo. Quando a equipe de Bachmann descobre a presença na cidade de um refugiado checheno, Issa Karpov (o ator russo Grigoriy Dobrygin), entra em estado de alerta, especialmente depois que Issa faz contato com um banqueiro local, Thomas Brue (o sempre excelente Willem Dafoe). Bachmann acredita que Issa pode ser um terrorista em busca de financiamento para um atentado.
A trama acaba envolvendo altos escalões do governo alemão, uma agente norte-americana enviada pela CIA (Robin Wright, cada vez melhor) e um milionário saudita suspeito de ligações com a Al-Qaeda, além de uma advogada (Rachel McAdams) especializada em defender exilados políticos.
O filme traz o clima sombrio e misterioso dos "thrillers" de espionagem de Le Carré, reforçado pelo estilo minimalista da direção do holandês Anton Corbjin. Fotógrafo conhecido por imagens icônicas de U2, Johnny Cash, Nirvana, Depeche Mode e Joy Division, ele tem se revelado um ótimo cineasta desde sua estreia no cinema com "Controle" (2007), cinebiografia de Ian Curtis, líder do grupo Joy Division.
Ver Hoffman no cinema é sempre bom. Seu Bachmann é um homem amargurado, que carrega o peso de uma operação malsucedida que custou a vida de agentes e minou seu prestígio. Seu rosto é uma máscara de angústia e ódio, e suas brigas com a polícia alemã na operação para desmantelar a suposta rede terrorista de Karpov são o centro de tensão desse filme surpreendente.
O Homem Mais Procurado **
Diretor: Anton Corbjin
Distribuidora: Paris Filmes (lançamento em maio/2015; DVD R$ 29,90 e blu-ray R$ 59,90)
LIVRO
O Espião que Sabia Demais ***
Há três anos, estreou no cinema a adaptação deste suspense, com Gary Oldman no papel principal. E a Record relançou o romance, um dos melhores de Le Carré.
Autor: John Le Carré
Tradutor: Thomaz Scott Newland Netto
Editora: Record (420 págs., R$ 52)
FILME
Controle ***
Corbjin era um jovem fotógrafo nos anos 1970 quando ficou amigo da banda Joy Division. Em 2007, dirigiu "Controle", que explora o gênio e as angústias do cantor Ian Curtis.
Diretor: Anton Corbjin
Distribuidora: Daylight Films (2008, R$ 27 —importado)
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FILME
O Bandido da Luz Vermelha ***
Rogério Sganzerla (Versátil, 1968, R$ 44,90)
A Versátil lança a versão restaurada do clássico udigrudi de Sganzerla (1946-2004). "O Bandido", rodado em 1968, é um dos filmes mais inventivos feitos no Brasil, com estética que mistura programas policiais de rádio, gibis e tabloides sensacionalistas. Um marco do cinema de invenção da Boca do Lixo. Essa nova edição tem vários extras, como o trailer, curtas de Sganzerla e depoimentos da atriz Helena Ignez e do crítico da Folha Inacio Araújo, entre outros.
Black Sabbath Live... Gathered In Their Masses **
Black Sabbath (Universal, 2013, R$ 39,90)
Um DVD duplo com dois shows do grupo de heavy metal Black Sabbath, gravados com 42 anos de intervalo. O primeiro é um especial de televisão de 1970, enquanto o segundo foi registrado na Inglaterra, em 2012. Ozzy Osbourne (vocal), Tony Iommy (guitarra), Terry "Geezer" Butler (baixo) e Bill Ward (bateria, substituído no show de 2012 por Tommy Clufetos) mostram por que são os pais do metal.
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DISCO
Lullaby and... The Ceaseless Roar **
Robert Plant (Warner Music, 2014, R$ 38,90)
Enquanto Jimmy Page e os agentes se exasperam com a recusa de Robert Plant em participar de uma reunião do lendário grupo Led Zeppelin, apesar do caminhão de dinheiro oferecido, o cantor inglês continua lançando bons discos solo, como este em que mistura rock a sonoridades indianas e africanas. O álbum deve ser a base da apresentação que Plant fará no festival Lollapalooza, em São Paulo.