São Paulo, 461

Confira os presentes que São Paulo já ganhou de aniversário

Ao longo de seus 461 anos, São Paulo já ganhou muitos presentes em seu aniversário. A maioria deles está nas ruas até hoje e ajudou a moldar a cidade, como a marginal Tietê e a linha 2-verde do Metrô.

Essa lista traz também os chamados presentes de grego, como o elevado Costa e Silva, cuja desativação é discutida há anos, e o presídio do Hipódromo, na Mooca, fechado na década de 1990 após rebeliões.

Na primeira metade do século 20, eram comuns as inaugurações de construções imponentes, como o Mercado Municipal, a biblioteca Mário de Andrade e a nova sede do Jockey Club, aberto em 1941 no bairro Cidade Jardim, que começava a ser criado.

Arte

Nos anos 1960 e 1970, foi a vez das grandes avenidas, como a 23 de Maio, que prometia ligar o centro ao Ibirapuera em dez minutos. Em plena ditadura, essas obras eram inauguradas sob o olhar do presidente da República, que vinha à capital paulista para demonstrar que as novidades eram sinal inequívoco do progresso do país.

"Os militares cultivavam o passado e tentavam institucionalizar as tradições para fortalecer a imagem do governo", afirma Paulo Rezzutti, pesquisador e autor de "Domitila, a Verdadeira História da Marquesa de Santos" (Geração Editorial, 352 págs.).

Com a abertura política dos anos 1980, as inaugurações em 25 de janeiro perderam força. "Os governantes procuraram se distanciar das práticas do período anterior", prossegue Rezzutti.

Nas décadas seguintes, as avenidas passaram a não dar conta de tantos carros e o transporte público passou a receber mais verbas, embora aquém do necessário.

A tendência de espalhar as inaugurações ao longo do ano se intensificou e a cidade ganhou cada vez menos "presentes" em seu dia. Os últimos foram em 2004, na festa dos 450 anos, como a fonte do Ibirapuera. Neste domingo (25), não haverá nenhuma inauguração para compensar o inferno astral vivido pela cidade, que enfrenta forte calor, falta de água e de energia elétrica.

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