Saiba quais são as atrações do Tomorrowland, que acontece em maio

Quando Paul Stanley e Gene Simmons montaram o Kiss, em 1973, Diogo de Moraes, 37, nem era nascido. Em abril deste ano, ele e o filho Luca, 4, irão prestigiar essa banda que tem mais tempo de vida do que os dois juntos. A sexta edição brasileira do festival Monsters of Rock atrai um público de todas as idades, mas que não abre mão de ver clássicos do estilo.

Nesse evento, novidades são deixadas de lado pela diversão garantida de ver nomes como Ozzy Osbourne, Motörhead e Judas Priest.

"O Luca gosta muito de Kiss. Eu e minha mulher não iríamos nos perdoar se a banda acabasse e ele nunca tivesse ido ao show", diz Diogo.

A censura do evento é de 16 anos, mas menores podem ir acompanhados dos pais. "Levarei protetor auricular para ele e vou ficar longe do palco."

Rodrigo Capote/Folhapress
Diogo de Moraes, 35, vai com o filho Luca de Moraes, 4, ao Monsters of Rock
Diogo de Moraes, 35, vai com o filho Luca de Moraes, 4, ao Monsters of Rock

De acordo com levantamento do portal Rockin'Chair, especializado em shows, o Estado de São Paulo recebeu 544 artistas, de 49 países, participando de 695 apresentações e 25 festivais em 2014.

Um número que neste ano tem previsão de ser 50% menor, segundo Aldo Valetim, professor da pós-graduação em gestão cultural do Senac.

"O ano passado já não foi fácil, com Copa do Mundo e eleições, que inibiram a aplicação de recursos nessa área. É natural que os investidores observem o comportamento da economia neste ano antes de baterem o martelo [para novos shows]."

Por esse motivo, os três maiores festivais em São Paulo têm modelos que garantem público certo: os clássicos do Monsters of Rock, as atrações diversificadas do Lollapalooza e a fama internacional do festival de música eletrônica Tomorrowland, que será realizado pela primeira vez no Brasil, na cidade de Itu, a 103 km de São Paulo.

Mesmo com estilos variados, todos são eventos com significados especiais para seus participantes. Com a experiência de ter ido a quatro das cinco edições do Monsters, Eric Claros, 32, já tem técnicas para se dar bem no meio da multidão. "É heavy metal o dia inteiro e o preço do ingresso é o valor do show de uma banda só", diz. "Não levo namorada, por exemplo, porque elas reclamam de tudo: calor, banheiro..."

Os fãs brasileiros de música eletrônica não se preocuparam em investir em um evento de programação surpresa. O estudante Rodrigo Batah, 19, pagou R$ 400 para ir aos três dias do Tomorrowland Brasil. Ele ainda não sabia que os primeiros nomes confirmados são os DJs David Guetta (França), Armin van Buuren (Holanda) e Hardwell (Holanda), informação obtida com exclusividade pela sãopaulo.

No ano passado, Rodrigo foi ao festival na Bélgica. "Fiquei três anos ouvindo falar do Tomorrowland, vendo vídeos na internet e pensando em quando poderia ir a uma edição", diz ele. "Tenho certeza de que aqui também vai ser legal."

Criado na Europa em 2005, o festival vem pela primeira vez ao Brasil e teve seus 180 mil ingressos esgotados em três horas. Para sediá-lo, será montada uma "cidade" —com hospedagem, lojas e restaurantes— dentro da fazenda em Itu.

Segundo a organização, quase 30% dos ingressos foram vendidos para residentes de outros países, como Estados Unidos e Austrália.

"É um evento com fama pela boa organização e no qual você sabe que vai ter atrações da Holanda e da Bélgica, países que são os grandes produtores de estrelas da música eletrônica", afirma o professor Valentim.

Ele mesmo passou horas em frente ao computador para conseguir ingressos. "Paguei R$ 1.700 porque outros lotes tinham acabado", conta. Sem hospedagem garantida, Valentim pretende fazer bate-volta de São Paulo a Itu durante os três dias de festa.

A estratégia é certeira, já que a estrutura do evento, que receberá 60 mil pessoas por dia, tem hospedagem para 20 mil pagantes. De acordo com a Prefeitura de Itu, a cidade tem outros 3.316 leitos, entre hotéis, pousadas, campings e spas.

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