Luziluzia faz rock alternativo com camadas e efeitos

É fácil se transportar para tardes preguiçosas de verão ao ouvir músicas como "Summmertime" e "52 Hz", de "Come on Feel the Riverbreeze", disco de estreia da banda Luziluzia, que faz seu primeiro show em São Paulo na Casa do Mancha, neste domingo (8).

Representante da nova cena goiana, da qual fazem parte Boogarins, Bruna Mendes, Goiaba, Kastelijns, Ultravespa e Carne Doce, o grupo faz indie rock e explora diferentes frentes, como a psicodelia de "Torpe".

"É música brasileira. Rock cantado em português, com efeito e camadas", define o vocalista Raphael Vaz. "Gosto de usar o termo 'noise tropical'", complementa.

DE ONDE VEM O NOME

Foi lendo "Grande Sertão Veredas", de João Guimarães Rosa, que ele estabeleceu a alcunha da banda.

"Encontrei a palavra 'tremeluzir' umas três vezes no livro. Dava para entender pelo contexto: é luz, mas nem brilha tanto (risos). Fui procurar no dicionário e encontrei 'brilhar com luz trêmula, luziluzir', que gostei mais ainda".

Para ele o significado tem tudo a ver com o grupo, que se apresenta de maneira intermitente. O ritmo atrapalhado tem a ver com a agenda cheia de seus integrantes. Além de Vaz, baixista do Boogarins, o quarteto é formado por Benke Ferraz (guitarra), que integra a mesma banda, João Victor Santana (guitarra) e Ricardo Machado (bateria), ambos do Carne Doce.

PSICODÉLICO?

Apesar dos músicos circularem por bandas classificadas como psicodélicas, principalmente o Boogarins, que ganhou mais destaque após ser escalado para o festival SXSW, Vaz acha engraçado que a Luziluzia seja incluída nesse nicho por alguns veículos de imprensa.

"Talvez o Boogarins tenha influenciado algumas dessas bandas, que são próximas. Mas eu não sei se [o som da Luziluzia] é psicodélico. E não sei se dá pra dizer que existe uma cena psicodélica em Goiânia. Ninguém aqui combinou de fazer um movimento", fala.

Para o artista, o projeto paralelo "não tem essa pegada dos anos 1960 que tem muito no Boogarins". "A gente faz um rock alternativo. Está entre o shoegaze [de The Jesus and Mary Chain] e o dream pop", conta. E está em fase de mudança.

NOVOS RUMOS

"Come on Feel the Riverbreeze", é interessante, mas não é consistente. Cada grupo de canções parece indicar um novo rumo. Isso é reflexo das experimentações e da forma como o álbum foi gravado.

"A gente tinha um monte de música no violão, uma diferente da outra, e foi pensando em como gravá-las [separadamente]. Agora a gente sabe melhor o nosso caminho", conta.

E a vereda é mais barulhenta, garante ele. Ao vivo, as guitarras são destacadas e os ecos nos vocais são ainda mais explorados. Para a apresentação na Casinha (como é carinhosamente chamada por seus frequentadores), ele promete o barulho e uma canção inédita ainda sem nome.

Casa do Mancha. R. Filipe de Alcaçova, s/nº, Pinheiros, região oeste, tel. 3796-7981. 100 pessoas. Dom. (8): 21h. 60 min. 18 anos. Ingr.: R$ 20.

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