Em cartaz na Oca, 'Alimentário' leva a gastronomia para fora da cozinha

Ao se aproximar da instalação "Antes que Eu Te Engula Carrocelflower" (2007), de Ernesto Neto, o visitante sente um aroma peculiar. Não é para menos: a obra traz, dentro de tubos de meia, temperos como cravo e pimenta. Mais à frente, a tela "Natureza-Morta" (1891), de Estevão Roberto da Silva, também parece cheirosa. É que atrás dela há tangerinas e aromatizantes.

Assim ganha vida "Alimentário - Arte e Construção do Patrimônio Alimentar Brasileiro", que segue até 29/3 na Oca, no parque Ibirapuera. "Comida é uma forma de registro e de expressão cultural", afirma Felipe Ribenboim, um dos idealizadores da mostra —que conta com quase 150 peças, no total.

Entre trabalhos de nomes célebres da arte —como Hélio Oiticica (1937-1980), que participa com a obra "B50 Bólide Saco 2", um recipiente de plástico com café que pode ser manuseado e cheirado- há fotos de pratos de chefs consagrados, como Alex Atala e Helena Rizzo.

Mais do que introduzi-los, a exposição defende que esses profissionais da cozinha são artistas. "Existe uma criação por trás de cada prato", explica Ribenboim -que não encara, entretanto, a "gourmetização" como forma de arte. "Acho que, nesse caso, é só uma maneira de agregar novo valor ao produto."

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