Viro São Paulo de cabeça para baixo, diz deputado Olim

"Briguei muito na polícia porque aparecia na imprensa, porque fazia e falava. Diziam que eu abria a porta da geladeira e dava entrevista. Só que eu quero ver terem os votos que tive. Não ganham nem para síndico de prédio."

O misto de resposta e provocação de Antonio Olim é para quem o criticou por aparecer com frequência na mídia. Delegado desde 1990, passou por delegacias especializadas e atuou na investigação de casos de grande repercussão, como o assassinato da advogada Mércia Nakashima, em 2010, em Guarulhos (Grande SP).

Há participações dele nos programas de Roberto Justus e Marília Gabriela e no documentário "Sequestro". No último, Olim aparece durante a invasão a um cativeiro, na década de 1990, na Cidade Tiradentes, zona leste. A cena em que encontra uma menina de seis anos e a resgata nos braços foi parar no horário eleitoral.

"Isso mostrou o meu trabalho", justifica ele, sempre falando rapidamente e gesticulando —pouco antes de receber a reportagem da sãopaulo na Vila Buarque (centro), Olim cuidava das unhas das mãos.

A migração dele para a política, afirma, começou há dois anos, quando conversou com o PSB. Quase ficou no PMDB, mas Paulo Maluf, do PP, surgiu no caminho. "Ele me falou: 'Vem para cá'", lembra, imitando a voz do ex-prefeito de São Paulo.

Único policial civil eleito deputado estadual, ele defende a polícia "um pouco mais dura" —respeitando os direitos do cidadão— e a redução da maioridade penal para 15 anos. É contra a legalização da maconha e defende o tratamento para usuários de drogas. Ideologicamente, se diz mais à direita.

E para quem o alertou que poderia sumir da mídia, ao mergulhar na política, avisou: "Se me colocam em um lugar onde eu possa fazer, eu viro São Paulo de cabeça para baixo".

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