Cinema deve aproveitar uso do espaço público, diz diretor da Spcine

Colocar o cinema feito em São Paulo às vistas do maior número de pessoas é a grande missão de Alfredo Manevy, 38, o homem que comanda a Spcine, empresa inaugurada em janeiro deste ano para desenvolver, financiar, distribuir e exibir obras audiovisuais na capital paulista.

Ex-secretário-adjunto municipal de Cultura, o dirigente da nova agência diz acreditar que a cidade vive uma redescoberta. "O paulistano está feliz ocupando os espaços públicos. A rua deixou de ser monopólio do automóvel, e a produção cinematográfica deve aproveitar este momento."

Morador da zona oeste, ele utiliza o transporte público todos os dias para ir e voltar do trabalho, na região central. "Não uso carro, só ciclovia, ciclofaixa e metrô. Tenho essa militância."

Leticia Moreira/ Folhapress
Alfredo Manevy, diretor da Spcine, empresa inaugurada em janeiro de 2015
Alfredo Manevy, diretor da Spcine, empresa inaugurada em janeiro de 2015

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sãopaulo - A Spcine seguirá os moldes da RioFilme? Há integração entre vocês?
Alfredo Manevy - Estudamos três experiências inspiradoras: a RioFilme, o cinema pernambucano e o argentino. Mas, acima de tudo, acho que a gente deve apoiar o desenvolvimento artístico, cultural e econômico em equilíbrio. Público e qualidade. Uma coisa não precisa prescindir da outra.

Qual será sua tarefa mais árdua?
Tornar o cinema paulistano mais visível para a sociedade.

São Paulo é cinematográfica?
Extremamente. A cidade está se redescobrindo. O paulistano está feliz ocupando os espaços públicos. A rua não é mais um monopólio do automóvel. E toda essa pulsação é um patrimônio que o cinema deve aproveitar.
Nova York, por exemplo, é muito mais conhecida no mundo pela produção de imagens que sua cinematografia gerou.

Estamos nesse patamar?
Nós vivemos este momento. Existe uma curiosidade por São Paulo e queremos ajudá-la a ser uma porta de entrada para coproduções e filmagens.

Como fazer isso?
Os realizadores reclamam da burocracia para filmar aqui. Por isso, fortaleceremos a Film Commission [que facilita o trabalho de quem deseja gravar na cidade]. Também trabalharemos na criação de um software que possibilitará que as autorizações [dos pedidos de filmagens] sejam todas feitas digitalmente.

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