'A cultura do happy hour é forte', diz viajante cervejeiro

Edson Carvalho Junior, 35, natural de Porecatu (PR), tem a vida que muita gente gostaria de ter. Ele viaja o Brasil para provar cervejas artesanais -de carona e com hospedagem na casa de quem quer aprender sobre a bebida.

O apreciador já bebericou em quatro Estados brasileiros: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro. Agora, é a vez de São Paulo. Por aqui, o "Viajante Cervejeiro", como se intitula, ficará até o dia 6 de maio.

Rodrigo Capote/Folhapress
Edson Carvalho Junior, o "Viajante Cervejeiro", viaja pelo Brasil de corona para conhecer bares e cervejarias do pais e publica no seu "[blog]":http://viajantecervejeiro.com.br/
Edson Carvalho Junior viaja pelo Brasil de corona para conhecer bares e cervejarias do Brasil

sãopaulo - O paulistano tem alguma peculiaridade ao beber cerveja?
Edson Carvalho Junior - Acho que ele está aprendendo a beber esse tipo de cerveja [artesanal], o que é uma forma diferente de apreciar. São Paulo, por ser deste tamanho, tem a sina de ser referência em tudo o que acontece. Mesmo que o movimento [da produção de cerveja artesanal] tenha começado no Sul do Brasil, em São Paulo cresceu muito rápido. Os lançamentos das cervejas são feitos aqui. O interessante é isso: pode ser uma segunda-feira e todos os bares têm gente. A cultura do happy hour é forte.

Você já visitou o Rio de Janeiro. O estilo de vida interfere no jeito de apreciar a cerveja?
Com certeza. A cena da cerveja artesanal em São Paulo está muito mais avançada que no Rio de Janeiro. Existem mais bares e mais produção. No Rio, ainda tem a cultura da cerveja supergelada, para o cara que quer só se refrescar no litoral.

Tem gente que pede copos diferentes para beber cada cerveja. Isso é frescura ou faz sentido?
Não é um costume que vemos só aqui. É detalhe de quem aprecia a cerveja artesanal. Eu, quando comecei a estudar, principalmente a escola belga, vi que existe essa tradição de cada cerveja ter seu "copo proprietário". Determinados formatos deixam perceber mais os aromas, manter a temperatura e a espuma. Quem começa a tomar esse tipo de cerveja fica até meio chato. Tanto que chamamos esse pessoal de 'beer-chato'. Eu já tive essa fase, mas relaxei.

Quais bares de São Paulo você recomenda?
O EAP [Empório Alto dos Pinheiros] tem muitos rótulos. Já o Brewdog, em Pinheiros, é de uma marca de cerveja escocesa. Gosto de mostrar também lugares escondidos nos bairros: tem o bar Tio da Cerveja [rua Costa Aguiar, 1.092-C, Ipiranga, tel. 3564-1777], que é pequeno e as pessoas às vezes ficam na calçada, mas tem uma boa variedade de rótulos.

Como você enxerga a relação da gastronomia com a cerveja?
Em São Paulo, você pede uma cerveja e o garçom começa a mostrar como harmonizá-la com a comida. Isso é raridade.

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