Número de motoqueiros mortos no trânsito de São Paulo volta a subir

Por dois anos, o trânsito paulistano emitia sinais de que poderia se tornar mais seguro para os motociclistas. A evolução parou. No ano passado, cresceu em 9% o número de motoqueiros mortos em acidentes nas ruas, segundo relatório divulgado no último dia 30.

Ao todo, 440 pessoas perderam a vida, 37 a mais em comparação ao visto em 2013. As vítimas continuam sendo principalmente homens, na faixa dos 20 aos 29 anos e são estudantes ou ajudantes —ou seja, não trabalham como motoboys.

O aumento se deu no mesmo período em que motofaixas foram extintas e os radares-pistola adotados para coibir o excesso de velocidade de motociclistas, aposentados.

Editoria de arte/Revista sãopaulo

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) diz investigar as causas do crescimento e promete tomar providências, entre elas a redução do limite de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros. As duas são as mais perigosas para quem transita de moto na cidade.

Está descartada a proibição de motos em mais trechos das marginais, a exemplo do veto em vigor na pista expressa da Tietê. "Não há interesse", afirmou a companhia.

Uma das possíveis raízes de tantos acidentes graves é a má formação dos condutores, avalia o médico Dirceu Rodrigues, da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego. "Se você conseguir andar em primeira marcha e se equilibrar na moto, receberá a carta."

Presidente do sindicato estadual dos motociclistas, o SindimotoSP, Gilberto dos Santos critica a prefeitura. "Houve políticas para carro, ônibus e bicicleta, mas só agora há algo para as motos." Segundo ele, um grupo de trabalho com a CET estuda a criação de faixas de segurança nas avenidas onde há mais mortes de motociclistas.

(Colaboraram Rafael Andery e Rafael Balago)

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