Em linguagem de sinais, 'A Gangue' retrata grupo de jovens surdos-mudos

Não será incomum nas sessões de "A Gangue" observar pessoas se contorcerem de aflição na poltrona ou levarem as mãos ao rosto em sinal de desespero. Isso porque o longa de estreia do ucraniano Miroslav Slaboshpitsky, 40, é, antes de tudo, um choque.

Todo encenado em linguagem de sinais, sem legendas ou narrações, o filme acompanha o cotidiano de um internato de Kiev, capital da Ucrânia, para crianças e adolescentes surdos-mudos.

Na trama, somos apresentados a Sergey (Grigoriy Fesenko), garoto que acaba de chegar à escola, uma extensa construção suja, malcuidada e negligenciada por professores e diretores.

Estranho no ninho, ele rapidamente se aproxima do grupo que comanda o local, a tal gangue a que o título se refere. Eles ameaçam as outras turmas roubando e batendo —muito. Excluídos, também excluem.

O bando ainda explora duas meninas para prostituí-las e lucrar com os programas. Ou seja, os estudantes vivem à margem da sociedade, mas são totalmente inseridos em um universo particular de extrema violência, pobreza e perversidade.

As coisas mudam para Sergey, a essa altura já à vontade neste ambiente terrível, quando o rapaz se envolve com uma das garotas (Yana Novikova), sem saber que a moça é namorada do líder da rede.

De atmosfera pesada e com cenas realizadas em planos-sequência, a produção, que quase não tem som —a não ser por alguns ruídos externos e espécies de grunhidos de raiva ou dor dos personagens— choca pelos momentos brutais passados ao espectador da forma mais realista possível.

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