A instalação de novas estações de empréstimo de bicicleta na cidade deve ser acelerada nos próximos meses, se os planos da Prefeitura de São Paulo derem certo.
A gestão Haddad abriu uma concorrência pública na quarta-feira (13) para escolher qual empresa irá tocar o serviço a partir de agora. Quem for selecionado terá de instalar ao menos 400 novos pontos de empréstimo e 4.000 bicicletas, ao ritmo de 25 por mês.
O tempo de gratuidade será ampliado para 90 minutos aos domingos e feriados. Nos outros dias, segue em 60 minutos. O serviço deverá funcionar ao menos entre as 6h e as 23h, com devolução das bicicletas durante 24 horas (veja outras no quadro abaixo). Hoje, encerra às 22h.
O certame é realizado após o fim do convênio entre prefeitura e Bike Sampa, que tinha duração de três anos e expirou neste mês. A concorrência abre espaço para empresas nacionais e estrangeiras que já tenham experiência comprovada no serviço. A prefeitura receberá propostas de interessados até o próximo dia 12 de junho, data em que os documentos começarão a ser analisados.
O edital determina que os concorrentes apresentem um plano de implantação das estações na cidade, sugerindo locais, abrangência da rede e um cronograma. Quem propuser instalar mais estações em menos tempo numa área maior da cidade terá vantagem na disputa.
O Bike Sampa, gerenciado pelo Itaú e pela empresa Serttel, já possui estudos detalhados sobre a circulação de ciclistas em São Paulo e por operar redes similares em seis capitais brasileiras.
Caso o Bike Sampa perca a concorrência, terá de retirar todas as estações e bicicletas das ruas e a instalação do serviço recomeçará do zero.
A expansão da rede seguirá o modelo atual, voltado a deslocamentos curtos em áreas próximas a terminais de ônibus, metrô e trem e pontos de interesse, como parques. Bairros de uso misto, com residências, comércios e escolas terão prioridade, assim como ruas que possuem ciclovia.
O Itaú não quis comentar o edital, mas já realiza testes com novidades previstas agora, como lanternas de LED nas bicicletas. O convênio anterior previa a instalação de 300 estações em três anos, mas apenas 285 foram entregues. Desta vez, há previsão de multa em caso de atraso na implantação e também pelo período que estações fiquem sem funcionar.
O edital abre espaço para a integração entre as bicicletas laranjas e as do Ciclo Sampa, da Bradesco Seguros, pois permite a formação de consórcios e a presença de mais de um patrocinador no sistema. Com isso, a prefeitura continuará a não ter custo algum com as bicicletas.
Para Renata Amaral, pesquisadora do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), o edital mantém uma regra que prejudica o usuário: a multa por perda ou roubo da bicicleta é definida pela empresa. "Mesmo que a pessoa apresente um BO, precisa pagar mais de R$ 1.000. É abusivo."
| Vitor M/Folhapress | ||
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