Patrimônio histórico de São Paulo, o casarão do início do século 20 nos Jardins que pertenceu ao fazendeiro Francisco de Paula Vicente de Azevedo vai começar a ser restaurado em setembro. A construção, vizinha ao Conjunto Nacional, na rua Padre João Manuel com a alameda Santos, é uma das poucas heranças da primeira fase de ocupação residencial da região.
O local foi adquirido pela construtora Stan. O objetivo é vender ou alugar o local, que poderá abrigar restaurante, café ou agência bancária.
A luta antidemolição da casa de linhas ecléticas começou em 2009, quando os moradores da região e a associação Preserva São Paulo fizeram manifestação e abaixo-assinado para acelerar o processo de tombamento. "O casarão é um dos últimos que sobraram na região da Paulista. Os outros foram demolidos nos últimos cinco anos", diz Jorge Eduardo Rubies, presidente da Preserva São Paulo.
Com previsão de início em setembro e oito meses de duração, a restauração deve recuperar 790 m² de fachada e uma parte interna. O valor do restauro não foi divulgado.
A transformação inclui gradis e vitrais, limpeza da cobertura e tratamento anticorrosivo. Dentro, será feito restauro do piso, das paredes, do hall de entrada e de duas salas no térreo. No primeiro piso, serão restaurados hall, sala de jantar, sala de música.
Procurada, a Stan, proprietária do terreno que está bancando o restauro, não respondeu aos pedidos de entrevista até a conclusão desta edição. A mesma construtora ergue um prédio comercial ao lado do casarão.
HISTÓRIA
A compra do lote ocorreu em novembro de 1910 pela família Correa Galvão para ser habitada por Cecília Galvão, recém-casada com Francisco de Paula Vicente de Azevedo. O casarão foi construído entre 1910 e 1911. Em 1935, o escritório do engenheiro e arquiteto Alfredo Becker desenhou uma nova fachada, tornando a casa eclética, com balaústres, medalhões e colunas jônicas.
Também houve introdução de venezianas nas janelas. Ao longo dos anos, outras reformas foram feitas, como o aumento do jardim e da área interna com a aquisição do terreno ao lado, na década de 1940.