Em 1914, com cinco contos de réis emprestados de um amigo, o português Joaquim Ignácio da Fonseca Saraiva inaugurou no centro a Livraria Acadêmica, especializada em obras jurídicas. Ali, o Conselheiro, como era chamado, fez fama entre estudantes do largo São Francisco.
Ao universitário que não tivesse dinheiro, crédito informal: sem prestações, juros ou boletos. "Alguns vinham já formados e diziam que a dívida não era só financeira", conta Jorge Saraiva Neto, 31, bisneto do fundador e presidente da Saraiva —é a quarta geração na empresa.
O nome atual da livraria só passou a estampar a fachada em 1966, quando o negócio se mudou para um espaço maior na rua José Bonifácio. Mais de cem anos depois, a marca é a escolhida por 51% dos paulistanos das classes A/B, de acordo com o Datafolha. O total chega a 65% na região norte e a 57% na zona leste.
O viés jurídico ficou para trás. O acervo da rede, que tem 115 lojas em 17 Estados, soma mais de 2 milhões de itens, entre livros, artigos de papelaria, games, filmes, música e eletrônicos. A ideia é que o cliente passe tempo folheando obras, ouvindo música, tomando café ou prestigiando lançamentos. "A experiência deve ser a mais agradável", diz o presidente.
Embora o negócio vá além, os livros respondem por mais de 50% da receita de mais de R$ 2 bilhões em 2014. O catálogo online tem quase 500 mil títulos que, desde 2014, podem ser lidos no LEV, "e-reader" da marca.
Apesar da expansão, a Saraiva segue familiar. Seu desafio? "Trabalhar com o livro, produto importante para a educação, quando há quem não tenha condições [financeiras] de acessá-lo", afirma Jorge Saraiva.
Serviço: Rede de lojas que vendem livros, filmes, games e itens de papelaria, entre outros
O que oferece: Artigos de papelaria, CDs, DVDs, filmes, games e eventos, como encontros com autores
Criação: Abriu a primeira unidade em 1914, no centro deSão Paulo
Contato: saraiva.com.br