O Melhor de sãopaulo - Serviços

'Índices financeiros assustam mais que os de violência', diz diretor da Protege

Aos 14 anos, Mário Baptista de Oliveira ingressou como office-boy na empresa fundada pelo pai, a Protege. "Acho que foi um castigo", brinca hoje, aos 35 anos, o diretor-geral da empresa, apontada por 6% dos paulistanos como a melhor de segurança privada.

sãopaulo - O que mais o preocupa: os indicadores da economia ou os índices de violência?
Mário Baptista de Oliveira - Os financeiros. Sem eles, pode esquecer todo o resto, que não teria nem dinheiro para roubarem. O pilar de sustentação de qualquer negócio é a geração de caixa. Assusta muito mais o rumo que o Brasil está indo economicamente.

Como a população vê as empresas de segurança?
Na minha opinião, há uma percepção sobre esse tema muito negativa. É um serviço necessário, que acaba sendo visto como algo não agradável. Teoricamente, se o Estado funcionasse direito, não teria porque ter segurança patrimonial. Em conversas, normalmente o tema segurança está muito associado à desgraça. Você nunca fala: "Ah, hoje contratei um segurança. Que maravilha". Você sempre fala: "Contratei um segurança porque me assaltaram".

Em dez anos, como o serviço afetará a vida do cidadão?
Com relação à indústria e às empresas, a tendência é que tenhamos profissionais mais bem-treinados e empenhados. Chegará um momento em que o poder público precisará dar a mão ao privado no sentido de formar uma solução melhor em segurança para o cidadão. Hoje, ainda há uma richa meio velada entre polícia e vigilante.

As empresas de segurança assumirem funções da polícia, por exemplo?
Não nesse nível, seria um choque cultural. Mas temos essa tendência no mundo. Há cidades na Inglaterra em que a polícia operacional da rua é terceirizada.

Publicidade
Publicidade