Paulistanos não entendem, mas elogiam flashmob com ópera no metrô

Zenilda de Souza, 48, foi uma das dezenas de pessoas que pararam para assistir ao flashmob feito por cantores da Academia de Ópera Theatro São Pedro, nesta terça-feira (16), na estação Marechal Deodoro do metrô, em Santa Cecília.

Apesar de ter gostado da cena final da ópera "Falstaff", de Giuseppe Verdi, ela disse não entender sobre o que era aquilo.

Desde março de 2015, o Metrô firmou uma parceria cultural com o teatro, que incluiu outra apresentação, em maio, e a exposição de figurinos usados nas peças.

Em cartaz no Theatro São Pedro, ao lado da estação, "Falstaff" trata de um homem de caráter duvidoso que, ao longo de três atos, tenta conquistar mulheres casadas, invade residências e demite empregados.

"Sou fanática por qualquer tipo de música, acho que deveria ter sempre, mas não entendi bem que peça era", disse Zenilda.

Monitora em uma escola de residência médica, ela assistiu às duas apresentações de cinco minutos ao lado de meninas que fotografavam e filmaram os atores, e que também disseram não conhecer a história. "É muito legal. Foi lindo, mas não saquei muito", comentou uma delas.

CURIOSIDADE

Essa dualidade pareceu ser o veredito de boa parte da plateia reunida na plataforma de embarque da Marechal Deodoro.

O maestro Luiz Fernando Malheiro explica que esse é o efeito desejado no público. O objetivo, diz, é levá-lo ao teatro, onde legendas em português e uma palestra feita antes das cortinas abrirem facilitam a compreensão.

"Hoje é muito mais fácil de entender. É como ir no cinema. A parte mais importante dessas ações é despertar a curiosidade. Atrair um público em potencial que hoje não frequenta"

Como Zenilda, que lembrou de quando sua filha fazia teatro e sentiu saudades. "Só de ouvir já desestressa, né?", disse antes de embarcar no vagão.

Publicidade
Publicidade