Bares eleitos datafolha

Ancião de respeito, Bar Brahma dá aval para se viver a boemia de outrora

"Triste é ser planta e não ter flor. Mais triste é ser gente, ter alma e não ter amor. E ele tem muito amor. Com vocês, Cauby Peixoto."

Todo o salão, apinhado de gente, colocou-se em pé. Um rapaz mais bonachão gritou lá do fundo: "Vai, garoto". E Cauby, 84, foi.

Passou pela portinha estreita e driblou mesinhas forradas de chope, com cheiro de pastel e de picanha na chapa, até chegar ao palco com cortina de veludo vermelho do salão principal do Bar Brahma.

Não fossem os celulares erguidos e os telões lembrarem que os tempos são outros, esqueceria-se disso.

Mas tudo bem. Quem senta ali, no bar cravado no cruzamento das avenidas São João e Ipiranga, ganha aval para viver sem culpa a boemia de uma São Paulo de anos atrás.

Além de Cauby, passam por ali Dona Duda Ribeiro e seu samba de sábado, os meninos do Demônios da Garoa e outros personagens que ajudam a contar —e cantar— os quase 70 anos de história da casa.

Passam, também, garçons e suas bandejas sempre cheias do chope que dá nome ao bar.

"Mais um, chefe?", perguntou o atendente numa das pontas da varanda.

Lá do outro lado, um senhor respondeu: "Mais uns, meu caro. Aqui, pelo menos por agora, a noite não acaba nunca".

MELHOR BAR, BAR A QUE VOCÊ JÁ FOI, PETISCOS E CHOPE (DATAFOLHA)

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