Bares eleitos júri

Templo hipster, Mandíbula tem bons drinques, vinis e poltronas de couro

Meu pai é hipster. Tão hipster que ele não faz ideia do que isso significa —mas usa óculos velhinhos, barba cerrada, camisas xadrez e bermuda com meia. "Hipster é um jeito de se vestir?", ele me pergunta. Não.

Passei um tempo tentando explicar o que isso significa —em vão. Teria sido mais fácil levar meu pai ao Mandíbula. O bar, situado na galeria Metrópole, é um templo do hipsterismo —à revelia dos donos, imagino (todo hipster é hipster "malgré lui", faz parte do conceito).

Paredes de tijolo inglês: check. Poltronas de couro: check. Cerveja artesanal: check. Banheiro rabiscado: check. Cardápio reduzidíssimo: check.

Você pode escolher entre três opções de salgado, expostos naquela estufa igual à da escola: tem frango ao curry, espinafre com ricota, peito de peru com queijo gouda —cada um custa R$ 7, mas são bem melhores do que o da (minha) escola; o melhor é o de curry.

Quando você cansar de comer salgado e tomar IPAs brasileiras, o bar também é loja de vinil (apego ao vinil: check). Você pode encontrar discos de Pixies e Black Keys, com preços de R$ 80 a R$ 200.

Um lenhador com chapéu de judeu ortodoxo e bermuda de criança adentra o recinto e pede a senha do wi-fi.

Queria beber mais, mas já são 17h e eu enceno às 21h. Prometo voltar após a peça para tomar um gim tônica (minha amiga mais hipster disse que é a melhor coisa de lá).

Mas não: hoje está fechando às 22h, por causa da galeria. Horários difíceis: check.

Galeria Metrópole. Pça. D. José Gaspar, 106, 2º andar, República, região central, tel. 3129-3556. 25 lugares. Ter. a sáb.: 14h às 2h. Preço: R$ 8 (Heineken 355 ml).

MELHOR PARA IR COM A GALERA (JÚRI)

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