Dá tudo certo no Fasano. O serviço é excelente desde o telefonema da reserva. A cortesia é de quem conhece o ramo faz quase um século. A experiência sedimentada transparece em gentileza simpática e comedida, sem salamaleques servis e artificialismos.
A cozinha é precisa, de produtos excelentes, com temporadas especiais como as de alcachofras de Veneza ou de trufas, mais relevante, dado o exotismo inevitável —jamais produziremos trufas. O sommelier terá uma sugestão inesperada, mas nada exótica, bem pensada por quem conhece muito. Assim seduzida, a gente vê a conta dar outro salto terrível por causa daquele vinho.
Não há revoluções à mesa, nem essa é a ideia. Os pratos são em geral variações mais ou menos sutis do que se come na Itália ao norte de Roma, raviólis, risotos, polentas, carnes suaves e peixes até diversos, para São Paulo. O plano não é ser mirabolante, mas conservar uma tradição e servi-la da melhor maneira.
Museu? Sob certo aspecto, no bom sentido. Mas há inovações elegantes, além de alguma variação regional, a depender do chef. De resto, no país do puxadinho e da grossura, a rotina da excelência é surpresa.
Vale quanto custa? Vale. Tudo ali é caro: trabalhadores de nível, lugar, produtos. É improvável que duas pessoas gastem menos de um salário mínimo para jantar.
Vale a pena pagar? Para quem vive nesse mundo, não há dúvida. Para os demais, vale um dia de festa.
Hotel Fasano. R. Vitório Fasano, 88, Cerqueira César, região oeste, tel. 3062-4000. 60 lugares. Seg. a qui.: 19h à 0h30. Sex. e sáb.: 19h à 1h. Valet (R$ 30).
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