Uma questão acompanha desde sempre a ida a um rodízio: num sistema concebido para se comer demais, como fazer para que o excesso não transforme num fardo o que deveria ser um prazer?
No Fogo de Chão, em que todo o cardápio —das carnes à mesa de frios, passando pela ampla carta de vinhos— é de boa qualidade, o dilema requer ainda mais cuidado.
Mas é justo aqui que mora o prazer de um carnívoro. Não vale a pena querer comer tudo, melhor é se dedicar ao que vale.
Concentre-se nos cortes consagrados: bife ancho, fraldinha, costela (lá chamada de "premium", um sintoma da adjetivite que assola os restaurantes do país, em que nada é bom por si) e algum corte de cordeiro (a paleta é divina).
O mesmo vale para a boa mesa de frios: shimeji, berinjela grelhada e maionese de ovo bastam —e olhe lá.
O serviço é atencioso, mas, como sempre em rodízios, também conspira para o excesso —prepare-se para recusar muitas vezes.
Uma dica: ir num horário entre o almoço e o jantar. O fluxo de carnes é menor, ameniza o ar de gincana que é a marca desses restaurantes e permite devoção aos cortes que realmente contam.
Av. dos Bandeirantes, 538, Vila Olímpia, região oeste, tel. 5505-0791. 360 lugares. Seg. a sáb.: 12h às 24h. Dom.: 12h às 22h30. Valet (R$ 18).
E outros endereços.
MELHOR CHURRASCARIA (DATAFOLHA)