Mostra de Andy Summers, ex-The Police, inaugura Leica Gallery em SP

Entre 1978 e 2014, Andy Summers registrou os lugares que visitou. O ex-guitarrista da banda The Police clicou um garçom que carregava pratos empilhados em sua bandeja enquanto circulava pela Porcão, churrascaria no Rio de Janeiro.

Em Tóquio, retratou uma menina que fitava um disco de Elvis Presley e, nos EUA, outra que fumava um cigarro. São detalhes em preto e branco de personagens e de cenas noturnas carregadas de melancolia.

Essas e outras 39 imagens captadas pelo músico compõem a mostra "Del Mondo", que abre, na quinta (6), a Leica Gallery -da marca alemã de câmeras e equipamentos ópticos.

É a 14ª unidade da galeria dedicada a mostras fotográficas -a primeira na América do Sul. Instalada em um edifício dos anos 1930 em processo de tombamento, contempla cerca de 240 m² de espaço expositivo: dois andares e um container, além de uma área externa que deve receber intervenções artísticas em suas paredes, como grafites.

Quem for visitar a exposição pode baixar o aplicativo Leica Gallery São Paulo para encontrar mais informações e curiosidades sobre as fotos -basta aproximar o celular das imagens.

A curadoria desta e de todas as mostras da galeria é de Karin Rehn-Kaufmann, diretora de arte global da marca.

Confira entrevista com Andy Summers, 72, ex-guitarrista da banda The Police e fotógrafo.

sãopaulo - Por que você optou por fotografar em preto e branco?
Andy Summers - Sempre fui mais movido por imagens em preto e branco. Para mim, é a verdadeira cor da fotografia. No caso do meu trabalho, acho que é uma espécie de desejo profundo de recriar filmes artísticos europeus que vi quando era adolescente. Eles me impactaram muito emocionalmente.

As imagens trazem certa melancolia. Você se sentia assim enquanto estava na estrada?
Melancolia, ao menos para mim, é a melhor emoção para capturar. Acho que é o sentimento mais poderoso e ressonante.

Há muitos personagens noturnos em suas fotos. O que eles têm, para você, de mais interessante?
Gosto de fotografar à noite. Minha preferência é por fotos escuras -um pouco como tocar blues, se você gosta. A noite tem mais mistério, ambiguidade e perigo.

A maioria de suas fotografias enfocam pormenores de cenas. São elas que guiam seu olhar fotográfico na hora do clique?
O demônio está nos detalhes. Você não consegue fotografar efetivamente se não estiver atento a eles. É a sutileza que faz a foto.

Como o guitarrista influencia o fotógrafo?
Acho que os dois podem trocar informações. Eu procuro pela música em qualquer meio. Linhas, tonalidades e formatos podem ser expressados tanto musicalmente quanto em fotografias.

Se pudesse voltar a um lugar para fotografar, qual seria?
Me diverti muito fotografando pelo mundo, mas escolheria Tóquio. Gosto da pegada noturna dessa cidade. Gosto de me perder por lá.

Leica Gallery. R. Maranhão, 600, Higienópolis, região central, tel. 3512-3909. Ter. a sáb.: 11h às 19h. Abertura: 6/8. Até 5/10. Livre. GRÁTIS

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