Sucesso no Instagram, tatuadora institui formulário para clientes

Procurando referências de letras para uma tatuagem, a comunicadora Larissa Lima, 25, chegou ao perfil de Brunella Simões (@brusimoes ) no Instagram. A tatuadora de Vitória (ES) tem mais de 80 mil seguidores.

Nas fotos que posta, a artista mostra que manipula a técnica do pontilhado. O traço fino e a caligrafia também chamam a atenção. Entre suas preferências estão temas botânicos —ou "tudo que estiver na natureza", diz ela. Suas tatuagens custam a partir de R$ 300, mas o preço varia conforme o tamanho e complexidade.

Larissa sinalizou pelo e-mail (tatuagemcombrunella@gmail.com), há cerca de um ano, sua intenção de tatuar com Brunella. Recebeu a resposta, mas da assessoria de imprensa que monitora o correio eletrônico da moça: entrara na lista prioritária. Em resumo, Larissa receberia informações privilegiadas, como a notícia da vinda da tatuadora para a capital antes que a visita fosse divulgada na internet. A capixaba viaja pelo Brasil com frequência para trabalhar -embora sem periodicidade definida.

"Rufem os tambores: Bru Simões em São Paulo, de 27 de julho a 8 de agosto", bradou a newsletter que chegou à caixa de entrada de Larissa no mês passado. A carta eletrônica trazia um questionário (no formato perguntas) e respostas que indicava como pleitear um espaço na agenda de Brunella. O passo a passo levava a um formulário online —"Bru em SP | Eu Quero"— que ficaria disponível por um período de 30 horas.

Cerca de 400 pessoas participaram do processo, que incluía perguntas referentes à disponibilidade de agenda e às intenções de desenho, os principais filtros de seleção. Larissa passou.

Na disputa pelas vagas, a tatuadora não sabe qual foi o pedido mais inusitado. "Não sou eu quem monta a agenda. Trabalho com uma assessoria que sabe o que eu gosto de fazer e marca tudo. Eu olho as referências dois dias antes, para criar", explica.

No caso de Lila Coutinho, 29, a inspiração veio na hora. As duas se conheciam de outras sessões, quando Lila foi a Vitória para tatuar com a artista. Ela queria mais uma e foi selecionada. No entanto, por algum motivo Brunella não tinha recebido as recomendações. "Falei que queria uma ave para fazer companhia à outra [que tem no braço] e deixei ela criar. Confio nela. Amei."

Brunella, que tatua há nove anos, já marcou a pele de clientes com ícones que se tornaram comuns, como santos, Nossa Senhora e até símbolos japoneses. "Hoje não mais. Não quero fazer figurinha repetida."

Rabiscar as próprias letras é um dos seus pontos fortes, e também o trabalho que é mais acionada para realizar. "Faço um estudo caligráfico para criar algo único. Quando comecei, só se usava fonte de computador."

Apesar de admitir que há uma tendência de tatuagens escritas, não acha que o estilo possa ficar datado nem que esteja se aproveitando do modismo. Quanto ao sistema impessoal que instituiu para trabalhar, também não vê problema. É só uma praticidade. "Eu não dava conta."

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